Mandetta diz que "militares não são cúmplices, são coautores"
Ex-ministro da Saúde fez referência ao trabalho de militares na pasta para o gerenciamento da pandemia do coronavírus, com lentidão na vacinação, apoio a medidas sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19 e denúncias de corrupção
247 - O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que "praticamente a totalidade dos que foram fazer uma intervenção militar no Ministério da Saúde não tinham preparo para o assunto". "Os militares não são cúmplices, são coautores", disse. A declaração veio em um contexto de crise entre militares e o Senado, após o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), criticar o envolvimento de membros da categoria em denúncias de irregularidades feitas à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o gerenciamento da pandemia.
De acordo com Mandetta, há "uma relação direta entre a ocupação militar burra [do Ministério da Saúde] com as mortes [que poderiam ter sido evitadas com a vacinação mais célere]". A entrevista foi concedida ao site Metrópoles.
"No episódio desse Roberto [Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde] eu só escuto coronel fulano, general não sei o quê. Eles são os responsáveis, sim. Eles mandaram membros da ativa do Exército para cumprir essa missão. E me parece que essa missão está eivada de vícios", complementou.
O ex-ministro viu como ameaça a nota dos militares para rebater o presidente da CPI. Mandetta classificou a manifestação como "desproporcional e extremamente agressiva ao Senado da República". "Foi uma ameaça. O Brasil está um barril de pólvora, com álcool, palha, gasolina, e o Bolsonaro está querendo fumar. Todo dia ele fala que não vai ter eleição, que a urna não presta, que é o meu Exército", disse.
O senador Aziz afirmou que "os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia". "Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo, fazia muitos anos", acrescentou ele, na quarta-feira (7), durante sessão no Senado.
Na nota, os militares disseram que "as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
Pelo Twitter, o senador rebateu dizendo que não aceitará intimidação.
Além da nota das Forças Armadas, o parlamentar foi avisado de que a cúpula militar pode "dobrar a aposta" em ofensivas contra a CPI.
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