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    Marcos do Val mostra que aliança com Bolsonaro está intacta, se volta contra Moraes e diz que pedirá afastamento do ministro

    O afastamento de Moraes da relatoria do inquérito dos atos antidemocráticos era exatamente o objetivo do plano golpista que teria sido arquitetado por Bolsonaro e Daniel Silveira

    Marcos do Val, Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado | Marcos Correa/PR | LR Moreira/Secom/TSE)
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    Por Guilherme Levorato, 247 - Apesar de ter feito revelações na quinta-feira (2) que prejudicam Jair Bolsonaro (PL), já que ele estaria tramando um golpe de estado que passava por um grampo ilegal do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) mostrou nesta sexta-feira (3) que sua aliança com o ex-ocupante do Palácio do Planalto está intacta.

    O que parecia ser uma denúncia contra Bolsonaro na verdade agora se mostra como parte do plano para atingir Moraes. Segundo a trama revelada pelo senador, Bolsonaro e o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) queriam usar Do Val para grampear ilegalmente o ministro do STF, a fim de obter alguma declaração comprometedora que justificasse sua prisão e, consequentemente, seu afastamento da relatoria do inquérito dos atos antidemocráticos.

    >>> Moraes confirma encontro com Do Val e chama plano golpista de Bolsonaro de "Operação Tabajara"

    Durante participação por videoconferência no evento do Lide nesta sexta-feira (3), Moraes confirmou a versão de Do Val, de que ambos se encontraram no STF para que o parlamentar relatasse o conteúdo da reunião golpista com Bolsonaro e Silveira. No entanto, o magistrado contou que, convidado a formalizar todo seu relato em um depoimento, o senador teria se negado.

    No início da tarde desta sexta-feira, em entrevista à CNN Brasil, Do Val negou o que disse Moraes: "informo que não são verídicas as recentes declarações do ministro Alexandre de Moraes quando diz que me orientou para que as informações sobre a reunião com Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro fossem formalizadas. Tenho como provar que ao comunicar ao ministro Alexandre de Moraes sobre o que estava acontecendo, por escrito e testemunhalmente, via mensagem pelo WhatsApp, em nenhum momento recebi orientações do ministro para fazer a referida formalização. Portanto, não fui orientado para formalizar absolutamente nada. Nem por respostas às mensagens que enviei e nem pessoalmente, durante o encontro que tivemos. Fiz o meu papel como senador da República de comunicar tudo ao ministro do Supremo Tribunal Federal, relator dos inquéritos dos atos antidemocráticos, como também solicitei à Polícia Federal que baixasse todas as mensagens do meu celular, como as conversas com o ministro Alexandre de Moraes e com Daniel Silveira. Assim, não restará nenhuma dúvida e será comprovada a veracidade de tudo que tenho falado".

    Por fim, Do Val anunciou que pedirá à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento de Moraes da relatoria do inquérito dos atos antidemocráticos. Este era exatamente o objetivo da trama que teria sido articulada por Bolsonaro e Silveira. "Estarei fazendo uma solicitação para a PGR para afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria referente aos atos antidemocráticos", declarou o senador.

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