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    Mauro Cid passou quase 10h na PF para depor sobre invasão dos sistemas do CNJ

    Tenente-coronel prestou depoimento relacionado ao hacker Walter Delgatti Neto e sua suposta ligação com invasão aos sistemas do CNJ e encontros com ex-presidente Bolsonaro

    Mauro Cid durante depoimento na CPI dos Atos Golpistas (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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    247 — O tenente-coronel Mauro Cid encerrou um extenso depoimento que durou quase 10 horas na sede da Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira, informou o portal Metrópoles. A oitiva estava relacionada à investigação sobre o hacker Walter Delgatti Neto e a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Originalmente agendada para a última sexta-feira, a sessão foi reagendada devido a problemas com o sistema da Polícia Judiciária. O depoimento, que começou às 10h da manhã, foi marcado por perguntas incisivas da PF sobre o possível envolvimento de Cid na invasão dos sistemas do CNJ e seus supostos encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli. Cid, acompanhado de seu advogado, Cezar Bitencourt, deixou a sede da PF, na Asa Norte, sem prestar declarações à imprensa.

    As autoridades estão investigando se Mauro Cid possui informações sobre encontros ou tratativas que teria tido com Bolsonaro e Zambelli a respeito de um plano para invadir os sistemas do CNJ. O tenente-coronel foi convocado para prestar depoimento depois que Delgatti alegou que ele estava presente em um encontro que teve com Bolsonaro e Zambelli. Cid, que já foi ajudante de ordens de Bolsonaro e costumava acompanhá-lo em suas agendas, encontra-se detido, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente.

    Entre as questões em aberto que a PF busca esclarecer estão: se houve envolvimento de Mauro Cid com a deputada federal Carla Zambelli e Bolsonaro, acusados pelo hacker de pagar e coordenar a invasão ao sistema do CNJ; ee ele possui informações sobre as tratativas entre Delgatti, Zambelli e Bolsonaro; se houve participação de Mauro Cid na invasão ao sistema do CNJ; se o militar participou de encontros com os possíveis envolvidos, como Delgatti, Zambelli e Bolsonaro; se ele lidou diretamente ou não com o próprio Delgatti; se Cid tinha conhecimento do caso; se Cid lidou direta ou indiretamente com terceiros para facilitar o acesso de Delgatti ao Ministério da Defesa. Na última sexta-feira, Cid já havia passado seis horas prestando esclarecimentos sobre o caso na sede da PF, mas o depoimento em si durou apenas duas horas devido a uma queda no sistema interno da instituição.

    Walter Delgatti Neto, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, afirmou que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa em 2022, sob orientações de Bolsonaro. Segundo o hacker, nessas ocasiões discutiu-se a possibilidade de inspecionar o código-fonte da urna eletrônica, com o objetivo de verificar se era possível invadir o sistema. Delgatti afirmou ter tido contato com o ex-presidente por intermédio da deputada Carla Zambelli. Nas reuniões, ele alega ter se encontrado com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira e com servidores da área de tecnologia. Delgatti também relatou ter discutido um relatório elaborado pela pasta para lançar dúvidas sobre as urnas eletrônicas.

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