Médica que disse 'não' a Bolsonaro foi ameaçada de morte por bolsonaristas
“Tive meu celular publicado em grupos de WhatsApp e [sofri] duas tentativas de entrada em quarto de hotel. Coisas absurdas”, afirmou a cardiologista Ludhmila Hajjar. "Eu fiquei honrada com o convite, mas pautei minha vida toda na ciência”, disse ainda
247 - A médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que nesta segunda-feira (15) recusou o convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, disse ter sido ameaçada de morte após ter seu nome cogitado para a chefia da pasta. “Tive meu celular publicado em grupos de WhatsApp e [sofri] duas tentativas de entrada em quarto de hotel. Coisas absurdas”, disse em entrevista à CNN Brasil.
Segundo ela, as ameaças não foram o motivo de ter recusado o convite do governo. “Eu não tenho medo. São pessoas radicais, que estão polarizando o Brasil”, disse. “A prioridade do presidente é a questão social e a questão econômica”, ressaltou a cardiologista.
Ludhmila disse, ainda, que se “pauta pela ciência” e criticou a defesa feita por Bolsonaro sobre o uso da cloroquina e os ataques feitos por ele contra as medidas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos no enfrentamento à Covid-19.
“Infelizmente, acho que esse não é o momento para que eu assuma a pasta, principalmente por motivos técnicos. Eu sou médica, cientista, tenho todas as minhas expectativa em relação à pandemia. Eu acho que isto está acima de qualquer ideologia, essa é a minha posição. Eu fiquei honrada com o convite, mas pautei minha vida toda na ciência”, afirmou.
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