Mensagens em celular de Cid apontam que Pazuello e empresários pressionaram Bolsonaro por golpe
Segundo a PF, o general e ex-ministro da Saúde teria apresentado sugestões e ideias sobre como "tocar o artigo 142" da Constituição
247 - Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), implicam o deputado federal e ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello (PL-RJ), além de diversos empresários, como instigadores de um golpe de Estado por parte de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a coluna Radar, da revista Veja, uma mensagem de áudio enviada por Cid no dia 8 de novembro de 2022 ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, revela que o então ajudante de ordens da Presidência da República, alertou que “Bolsonaro teria desistido, naqueles dias, de ‘qualquer ação mais contundente', mas teria mudado de comportamento, na avaliação dos investigadores, depois de conversar com aliados que defendiam o golpe”. >>> PF cruzou dados do Alvorada e de celulares para confirmar relato de Mauro Cid sobre minuta de decreto golpista
A PF destaca um trecho da mensagem em que Cid menciona uma conversa entre Pazuello e Bolsonaro, na qual Pazuello teria apresentado sugestões e ideias sobre como "tocar o artigo 142" da Constituição. >>> Gonet deve acelerar denúncia contra Bolsonaro, que pode pegar 23 anos de cadeia e ficar inelegível até 2047
Segundo a PF, “o diálogo já demonstra uma atuação do deputado federal Eduardo Pazuello no sentido de propor uma ruptura constitucional, com fundamento em uma interpretação anômala do artigo 142 da Constituição. Nesse sentido, o colaborador Mauro Cid afirmou, em acordo de colaboração, que o general Pazuello integraria o grupo de radicais que queriam reverter o resultado das eleições”. >>> Novo depoimento de Mauro Cid pode complicar ainda mais a situação de Bolsonaro
No momento da conversa relatada, Bolsonaro, segundo Cid, teria desconversado e não demonstrou interesse no assunto. Contudo, segundo Cid, empresários bolsonaristas, como Meyer Nigri e Luciano Hang, teriam pressionado Bolsonaro para que ele obrigasse o Ministério da Defesa a elaborar um relatório “mais duro” sobre as eleições com o “objetivo de virar o jogo”.
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