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Mensagens interceptadas pela PF mostram alvos de operação dizendo que Braga Netto daria 'uma força' em compra investigada

Mensagens apontam, ainda, que os investigados contrataram um coronel e um general da reserva em uma tentativa de reverter o cancelamento do contrato em 2019

Braga Netto (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

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247 - Mensagens e áudios interceptados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Perfídia, deflagrada na terça-feira (12) com o objetivo de investigar suspeitas de fraudes e corrupção em uma licitação para a compra de coletes balísticos durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, revelam que os alvos da operação contrataram um coronel e um general da reserva em uma tentativa de reverter o cancelamento do contrato em 2019.

“‘Estive num almoço na sexta-feira passada com o Gen. Braga Netto e comentei sobre liberação de coletes de proteção balística para a Polícia do Rio, em estudo nesta Casa Civil da PR. Ele me disse que iria dar uma ‘força’ junto ao sr. para atender ao que pleiteamos’", diz o general da reserva Paulo Assis a um parecerista da Presidência da República em dezembro de 2019 em uma das mensagens interceptadas pela PF, segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo. O contrato, no valor de R$ 40 milhões para a compra de 9.360 coletes balísticos, havia sido cancelado após denúncias de falsificação de documentos técnicos. >>> PF deflagra operação para apurar corrupção na intervenção federal no RJ em 2018; Braga Netto tem sigilo telefônico quebrado

De acordo com a PF, o contrato ganho pela CTU Securities apresenta indícios de direcionamento na licitação, conluio, falsificação de documentos e pagamento de propina a militares com influência na administração da intervenção. O próprio Braga Netto chegou a solicitar autorização ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a aquisição dos coletes balísticos em licitação. >>> Braga Netto assinou pedido de dispensa de licitação para compra investigada pela PF

“Entre os indícios de que houve pagamento de propina para vencer a licitação, está um contrato de R$ 368 mil com o coronel da reserva Diógenes Dantas Filho, que dizia ter influência sobre os generais da intervenção”, ressalta a reportagem. O contrato, porém, foi suspenso alguns meses depois em função de uma denúncia de fraude feita por uma empresa concorrente que perdeu o certame. >>> Como ministro de Bolsonaro, Braga Netto manteve contato com lobistas e intermediários ligados a empresas suspeitas de corrupção

As investigações apontam que o dono da empresa que representava a CTU Securities no Brasil, Glaucio Octaviano Guerra, disse ao sócio que teria identificado a autoria da denúncia e que iria fazer um "acerto direto" com o General Paulo Assis, que representava a concorrente, Glágio. A denúncia foi encarada pela CTU Securities como uma tentativa de extorsão. >>> "O zero dois do Exército está do nosso lado", disse o empresário que está no centro da Operação Perfídia

A PF agora investiga se um jantar planejado com Braga Netto efetivamente ocorreu e qual foi o teor das negociações entre os lobistas e o então candidato a vice-presidente em 2022. Em resposta, o general afirmou que o contrato dos coletes foi suspenso pelo próprio Gabinete de Intervenção Federal após a identificação de irregularidades nos documentos da CTU Securities.

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