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    Organizadores do ato golpista têm treino militar e defendem “extermínio da esquerda"

    Jornalista que participa anonimamente do “grupo 300”, que mobilizou a manifestação golpista neste domingo e agrediu jornalistas, relata que seus membros financiam o acampamento em Brasília pelo fim do STF e Congresso, aplicam treinamento militar e possuem o lema de “extermínio da esquerda”

    Fotógrafo Dida Sampaio deixa manifestação após agressões (Foto: Reprodução/Twitter)

    247 - A jornalista Jessica Almeida fez uma denúncia nesta segunda-feira (4) em sua conta do Twitter. Ela participa anonimamente do “grupo 300” no Whats App, organização que promoveu a manifestação golpista do último domingo, que contou com o apoio de Jair Bolsonaro e seus aliados. 

    “Participo anonimamente do grupo 300 do Brasil. Se apresentam como ‘o maior acampamento pelo fim da corrupção e esquerda no Brasil’. Prometem fazer uma ‘contrarrevolução’ e provocam os participantes: ‘Você não é mais um militante. Você é agora um militar’”, relata a jornalista. 

    Ela explica que existe um recrutamento no grupo. “Os convidados, do país todo, são fortemente assediados para ir a Brasília e inflamados pela organização com termos que vão do amedrontamento e extermínio da esquerda à tomada de poder. A ideia é fazer os participantes acreditarem que farão ‘parte da história do Brasil’”.

    Jéssica ainda cita um suposto aporte militar para sustentar o acampamento de grupo em Brasília. “O acampamento dos 300 está acontecendo desde 1°/05. Para quem participar do são oferecidos local seguro para tomar banho, cozinhar e uma refeição por dia. Onde? Não revelam, mas a organização fala em um quartel general com mais de 200 beliches, alojamentos e refeitório”.

    “A promessa de extermínio da esquerda é uma constante. Além disso, esteve marcado para ontem um treinamento ‘com os melhores em estratégia e inteligência’. São proibidos vídeos e fotos, exigem roupa adequada para um treinamento físico de combate e recolhimento de celulares”, acrescenta ela. 

    “O que esperar de uma ação que fala em extermínio, porte de itens para guerra, e cuja organização parte de uma ex-nazista? Hoje agrediram jornalistas, amanhã não sabemos. Se de fato há um quartel general com mais de 200 beliches, onde ele fica? Quem é responsável por este espaço?”. 

    Ela explica que a denúncia “não é uma matéria, não passou por apuração”. “Isso não é um trabalho e nem gostaria que fosse. Não estou falando como Jessica jornalista. É uma exposição de caráter pessoal, só estou expondo o que tenho visto no grupo de organização que essas pessoas tem no Telegram”, acrescenta. 

    Veja a íntegra de sua denúncia: 

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