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    Militar flagrado em conversa golpista com Mauro Cid foi condecorado por Jair Bolsonaro

    Coronel de artilharia Jean Lawand Junior foi responsável por formar a primeira turma de mulheres na Aman e chegou à subchefia do Estado Maior do Exército no governo Bolsonaro

    Jean Lawand Junior (Foto: Exército Brasileiro)
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    247 - O coronel Jean Lawand Junior, que defende um golpe de Estado em mensagens encontradas pela Polícia Federal no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é um oficial de carreira destacado no Exército, tendo sido responsável por formar a primeira turma de mulheres Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

    Segundo o jornal O Globo, o coronel de artilharia - que foi subchefe do Estado Maior do Exército no governo Bolsonaro - ingressou nas Forças Armadas em 1992, quando tinha 20 anos, como aspirante a oficial na Aman, no Rio de Janeiro, mesma unidade militar em que o ex-mandatário se graduou.Na Aman, Lawand recebeu uma menção no Anuário Estatístico da Aman por ter obtido a melhor média entre os formandos da turma de 1996. 

    “Especializado em artilharia, Lawand chefiou, ainda como tenente-coronel, o 6º Comando de Mísseis e Foguetes (6º CFA), cargo que ocupou até dezembro de 2020. Antes, foi comandante do Corpo de Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP), onde ele próprio passara um ano antes de prosseguir com a formação na Aman”, destaca a reportagem.  

    Neste posto, Lawand foi responsável por formar “as 34 primeiras brasileiras autorizadas a buscar a carreira militar bélica, com chance de alcançar a patente mais alta do Exército”, em 2017. 

    Em março de 2021, uma decisão de Bolsonaro incluiu o nome do coronel no Quadro Ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar, honraria destinada a militares, civis e instituições que tenham prestado serviços relevantes ao país, especialmente ao Exército.

    Neste ano, o militar foi destacado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de representante militar em Washington, nos Estados Unidos, com um salário bruto de cerca de R$ 25 mil.

    Nas mensagens encontradas pela PF no celular de Mauro Cid, cujo teor foi revelado pela revista Veja, Lawand defende que Jair Bolsonaro promova um golpe de Estado para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo está com ele”, escreveu o oficial em uma mensagem.“Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, destacou mais à frente. 

    >>> Plano golpista encontrado no celular de Mauro Cid envolveu cúpula das Forças Armadas

    Em sua resposta, Cid foi breve: "Mas o PR (presidente) não pode dar uma ordem se ele não confia no ACE (Alto-Comando do Exército)". No dia seguinte, Lawand retomou o assunto e relatou um encontro entre "um amigo do QG" e o general Edson Skora Rosty, então subcomandante de Operações Terrestres, que teria concordado com a ofensiva. Lawand afirmou: "Foi uma conversa longa, mas, para resumir, se o EB (Exército Brasileiro) receber a ordem, cumpre prontamente". No entanto, ele ponderou: "O Exército não fará nada por conta própria, pois seria visto como um golpe. Portanto, está nas mãos do PR (presidente)".

    Nove dias depois, as intenções golpistas continuavam presentes nas interações da dupla. Lawand assegurou: "Se a cúpula do Exército não está com ele, da Divisão para baixo está". Ele prosseguiu suplicando: "Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus". Cid informou que muitas coisas estavam acontecendo "passo a passo". Lawand comemorou: "Excelente!".

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