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    Ministério da Saúde propõe reduzir isolamento em cidades menos afetadas pelo coronavírus

    Autoridades informaram nesta segunda-feira que localidades onde o número de casos confirmados de coronavírus não tenha impactado mais da metade da capacidade de atendimento poderão fazer transição para um modelo de isolamento que inclui apenas pessoas do grupo de risco

    Mulher usa máscara de proteção no Metrô de São Paulo: estado tem as primeiras transmissões locais (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

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    (Reuters) - O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que localidades onde o número de casos confirmados de coronavírus não tenha impactado mais da metade da capacidade de atendimento poderão fazer transição para um modelo de isolamento que inclui apenas pessoas do grupo de risco na próxima semana, mas ressaltou que uma eventual transição direta seria temerária.

    De acordo com boletim epidemiológico divulgado pelo ministério, todos as demais localidades deverão permanecer com o chamado isolamento horizontal no qual as medidas de contenção de circulação não são limitadas a grupos específicos, exigindo que todos os setores da sociedade permaneçam em casa como forma de conter o avanço do coronavírus.

    Na definição do ministério, os níveis de isolamento são definidos como Distanciamento Social Seletivo (DSS), que equivale ao que ficou conhecido como isolamento vertical, e Distanciamento Social Ampliado (DSA), o chamado isolamento horizontal. Há ainda uma terceira fase, chamada de bloqueio total, ou lockdown, onde ninguém tem permissão para se locomover, a não ser os serviços essenciais.

    A questão do isolamento social em consequência da pandemia de coronavírus provocou um racha entre o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro. O presidente critica governadores que decretaram medidas mais amplas de distanciamento, que são defendidas por Mandetta e por especialistas em saúde.

    Em entrevista coletiva sem a presença de Mandetta, que participou de reunião ministerial com o presidente em meio a boatos sobre uma possível demissão, o Ministério da Saúde voltou a defender a importância do isolamento social para enfrentar o coronavírus, que já deixou 553 mortos no país.

    “Não tenho dúvida que as medidas de isolamento social são fundamentais para que o sistema de saúde se organize. O distanciamento social não é para impedir a transmissão. Equivoca-se quem acha que seja para isso. No distanciamento social o paciente é o sistema de saúde, não é a pessoa”, disse o secretário em Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

    Segundo Oliveira, a transição será possível nos locais que já tiverem estruturado seu sistema de saúde, ou que ainda não tenham sido duramente atingidos. Do contrário, realizar uma transição seria temerário, afirmou.

    “Fazer uma transição direta, sem termos os condicionantes de saúde: equipamento de proteção individual, termos respiradores mecânicos e termos testes laboratoriais e leitos em quantitativo suficiente, é temerário.”

    O novo boletim do ministério também aborda a estratégia de afastamento laboral, com o objetivo de permitir a volta com segurança da força de trabalho em serviços essenciais, como saúde pública e segurança, diante da disponibilidade de testes.

    O protocolo prevê que esses trabalhadores sejam submetidos a testes e possam voltar ao trabalho, sob determinadas circunstâncias, quando tiverem resultado negativo, após cumprirem período de quarentena.

    “É um começo de uma flexibilização para uma transição gradual, de onde está implementado um distanciamento social ampliado migrar gradualmente com segurança para o distanciamento social seletivo”, disse.

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