Ministro da Defesa quer acionar Justiça contra Gilmar Mendes por fala sobre Exército e "genocídio"
A fala do ministro Gilmar Mendes, do STF, no sábado, associando os militares ao genocídio que caracteriza o comportamento do governo Bolsonaro para com a Covid-19 gerou reação da cúpula das Forças Armadas. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, disse que avalia junto aos demais comandantes e à AGU medidas judiciais que podem ser tomadas contra Gilmar
247 - O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, avalia junto aos comandantes das Forças Armadas e à Advocacia-Geral da União (AGU) tomar medidas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
No sábado (11), Gilmar disse que o Exército está se associando a um genocídio, ao comentar sobre a pandemia da Covid-19, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde. O ministério é ocupado interinamente há dois meses pelo general Eduardo Pazuello.
Azevedo afirmou estar “indignado” com o que ele considera serem “acusações levianas” do ministro do Supremo.
Sem ministro efetivo há 59 dias, o país já acumula mais de 71,5 mil óbitos e 1,8 milhão de contaminados.
Foi na gestão de Pazuello que o Ministério da Saúde mudou a orientação sobre o uso da cloroquina, passando a recomendar o medicamento desde o início dos sintomas do novo coronavírus. A droga, no entanto, não tem a eficácia comprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, ao menos 20 militares, sendo 14 da ativa, ocupam cargos estratégicos no Ministério da Saúde.
Azevedo afirmou que “está avaliando junto com os comandantes de força a situação, considerando todos os aspectos”. Os comandantes e Azevedo passaram o domingo conversando por telefone para traçar uma estratégia de reação à fala de Gilmar. Não está descartada a possibilidade de o governo acionar a própria Justiça para cobrar uma retratação de Gilmar, informa o Estadão.
Gilmar tem pontes com as Forças Armadas. Em junho, se encontrou com o general Edson Leal Pujol, comandante do Exército, em plena crise entre o Planalto e o Judiciário.
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