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    Ministro da Educação confirma que não tem doutorado, mas nega plágio em mestrado

    Por meio de nota, o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, negou ter feito plágio em sua dissertação de mestrado e confirmou não ter doutorado pela Universidade Nacional de Rosário

    Carlos Alberto Decotelli da Silva (Foto: Reprodução)
    Juca Simonard avatar
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    247 - O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, negou por meio de nota que teria cometido plágio em sua dissertação de mestrado. Ele disse que vai revisar o trabalho. 

    “O ministro destaca que, caso tenha cometido quaisquer omissões, estas se deveram a falhas técnicas ou metodológicas. Informa também que, ainda assim, por respeito ao direito intelectual dos autores e pesquisadores citados, revisará seu trabalho e que, caso sejam identificadas omissões, procurará viabilizar junto à FGV uma solução para promover as devidas correções.”

    O novo ministro está sendo acusado de plágio em sua dissertação de mestrado (“Banrisul: do PROES ao IPO com governança corporativa”) defendida em 2008 na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em uma postagem no Twitter, o professor do Insper, Thomas Conti, apontou trechos do trabalho de Decotelli similares ao de um documento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Banrisul.

    "Tinha tanta coisa parecida entre esse relatório da CVM e a dissertação que eu desisti de achar as partes iguais na mão e joguei em um software de detecção de plágio. Mais de 10% da dissertação de mestrado é cópia idêntica ao relatório da CVM. 4.200 palavras", aponta Conti.

    "Como são muitos trechos idênticos, busquei se ele poderia ter trabalhado na elaboração do relatório que consta na CVM. Mas aparentemente não. Segundo CV do Decotelli, ele foi professor no Banrisul de 2004 a 2005. O registro na CVM é de 13/02/2008 e não há menção a ele", disse.

    A Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou nesta sábado, 27, que irá investigar os fatos referentes à denúncia de plágio na dissertação. Ele pode ter seu título cassado.

    A denúncia ocorre após, na sexta-feira, 26, o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, ter negado o doutorado do novo ministro pela instituição. O MEC rebateu e afirmou que Decotelli concluiu os créditos necessários para a obtenção do título de doutor em Administração pela universidade, sem comprovar que tenha defendido tese.

    Na nota deste sábado, entretanto, o MEC confirma que o novo ministro não tem o título. “Ao final do curso, apresentou uma tese de doutorado que, após avaliação preliminar pela banca designada, não teve sua defesa autorizada. Seria necessário, então, alterar a tese e submetê-la novamente à banca. Contudo, fruto de compromissos no Brasil e, principalmente, do esgotamento dos recursos financeiros pessoais, o ministro viu-se compelido a tomar a difícil decisão de regressar ao país sem o título de Doutor em Administração”.

    Já que não conseguiu o título de doutor, Decotelli não poderia ter conseguido o pós-doutorado na Alemanha, conforme foi dito por Jair Bolsonaro ao anunciá-lo. O MEC afirma que o ministro desenvolveu uma pesquisa que a universidade alemã decidiu apoiar, mas não obteve títulos por isso.

    “A universidade alemã aceitou apoiar o projeto, considerando a relevância do tema, a conclusão e a aprovação em todos os créditos obtidos no curso de Doutorado em Administração na Universidade de Rosário e seus 30 anos de atuação como conceituado professor no Brasil”, afirma o ministério.

    O ministro alterou seu currículo acadêmico, “de forma a dirimir quaisquer dúvidas”, segundo o MEC.

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