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    Ministros do STF avaliam que Bolsonaro quis se tornar um 'mártir' da extrema direita ao buscar refúgio na embaixada da Hungria

    Avaliação é de que uma eventual decretação da prisão de Bolsonaro enquanto estivesse dentro de uma embaixada poderia incentivar a narrativa de perseguição contra ele

    (Foto: Reuters | Agência Brasil)

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    247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a estadia de Jair Bolsonaro (PL) na embaixada da Hungria, em Brasília, onde passou dois dias hospedado pouco depois de ter o seu passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro, no âmbito das investigações que apuram uma suposta trama para dar um golpe de Estado, pode ser interpretada como uma tentativa de Bolsonaro de buscar apoio internacional contra as investigações que enfrenta no Brasil.

    Segundo a CNN Brasil, a leitura política é que o ex-mandatário poderia estar buscando se retratar como um "mártir" perante a comunidade internacional e a imprensa, fortalecendo laços com governos e líderes da direita e da extrema direita mundial. “É um fato que por ora prova por si só o seguinte: articulação internacional dos populistas autoritários que têm em comum pouco apreço pelas instituições democráticas”, disse um ministro do STF ouvido pela reportagem.

    Nesta linha, Bolsonaro possui aproximação com figuras de extrema direita como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, o presidente argentino, Javier Milei, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    Para os integrantes da Corte, a possibilidade de Bolsonaro ser alvo de uma prisão enquanto estivesse dentro de uma embaixada poderia servir como um estímulo para a narrativa de perseguição que ele vem promovendo. Além disso, Bolsonaro estaria imune à prisão imediata por se encontrar em território considerado inviolável do país representado pela embaixada.

    Na segunda-feira (25), o ministro do STF Alexandre de Moraes concedeu um prazo de 48 horas para que Bolsonaro explique a sua estadia na embaixada apresentasse sua explicação.Medidas mais duras, como um eventual pedido de prisão do ex-mandatário, porém, só deverão ser tomadas após uma consulta a outros ministros da Corte.

    “Moraes tomará tal decisão se, previamente, contar com o apoio pelo menos de uma maioria dos ministros do STF para que o tribunal não venha a se manifestar contrário à prisão depois. Até mesmo ministros que defendem a prisão de Bolsonaro ressaltam que tudo seja feito de maneira muito bem fundamentada para não contribuir com a tese de perseguição”, destaca a reportagem.

    Saiba mais - O jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso em decorrência das investigações que pesam contra ele, desde tentar um golpe de Estado até falsificar certificados de vacinação. Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, no âmbito das investigações sobre uma trama golpista. Quatro dias depois, na noite de 12 de fevereiro, Bolsonaro foi filmado entrando na Embaixada da Hungria, onde permaneceu até o dia 14.

    Bolsonaro esteve na companhia de seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro e sua equipe. A estadia de Bolsonaro na embaixada sugere uma tentativa de utilizar sua conexão com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um líder de extrema direita, como um meio de escapar da Justiça. Uma vez na embaixada, o ex-mandatário não poderia ser preso pelas autoridades brasileiras. A proximidade entre Bolsonaro e Orban tem sido evidente ao longo dos anos.

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