“Moro organizou uma quadrilha chamada Lava Jato”, afirma Lula
"O Moro organizou uma quadrilha chamada Lava Jato, que envolvia delegado da Polícia Federal, que envolvia gente da Receita Federal, que envolvia toda a força-tarefa do Ministério Público e que envolvia a ele pessoalmente", afirmou o ex-presidente Lula em entrevista à TV 247
247 - Em entrevista à TV 247 na manhã desta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as revelações feitas pelo hacker Walter Delgatti sobre o conluio envolvendo o ex-juiz Sérgio Moro e os integrantes da força-tarefa da Lava Jato para condena-lo apontam para a existência de uma “quadrilha”. “O Moro tem que saber que ele era chefe de uma quadrilha. O Moro organizou uma quadrilha chamada Lava Jato, que envolvia delegado da Polícia Federal, que envolvia gente da Receita Federal, que envolvia toda a força-tarefa do Ministério Público e que envolvi a ele pessoalmente. Ele só tinha um objetivo que era evitar que o Lula fosse presidente em 2018”, disse Lula.
Ainda segundo ele, “a única certeza do Dallagnol (procurador e ex-chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol) e do Moro era de que eu era inocente”. “Vocês lembram daquele power point que me chamava de chefe de quadrilha?! Ele foi julgado em Brasília e eu fui absolvido. Ficou provado que eu era inocente e nem o Ministério Público recorreu. E a Lava Jato seguiu como se nada tivesse acontecido”.
“Me sinto refém até uma decisão da Suprema Corte”, disse em referência ao julgamento da suspeição de Moro que ainda não foi pautado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula ressaltou, ainda, “se o Ministério Público quiser ser respeitado, Dallagnol terá que ser exonerado. Exonerado a bem do serviço público”.
Lula também destacou que o processo sobre “o sítio de Atibaia é uma mentira maior do que o triplex”. “Os ladrões fizeram delação. Quem roubou, está rico”, afirmou. O ex-presidente também criticou a atuação da mídia em torno da Lava Jato. “Eles tinham um porta-voz em cada redação”, destacou.
Lula governou o Brasil por dois mandatos, entre 2003 e 2010, e deixou o cargo com 87% de aprovação popular – a maior já registrada na história do Brasil. Depois da descoberta do pré-sal, Lula se tornou alvo de um processo de "lawfare", que consiste no uso de instrumentos do Poder Judiciário para perseguição política ou econômica.
Em abril de 2018, por decisão do ex-juiz Sérgio Moro, Lula foi preso e permaneceu como preso político durante 580 dias. Também em 2018, ele foi impedido de disputar as eleições presidenciais, quando as pesquisas mostraram que ele venceria a disputa mesmo estando dentro da prisão.
Sem Lula na disputa, Jair Bolsonaro chegou ao poder e vem implantando um choque neoliberal que coloca a Petrobrás a serviço de seus acionistas privados, sobretudo internacionais. Isso explica por que os combustíveis e o gás de cozinha são tão caros no Brasil.
Veja a entrevista na TV 247:
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