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    Mourão prevê vitória da esquerda na Argentina e defende boa relação com o Brasil

    Em contraposição com o radicalismo de Jair Bolsonaro, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, declarou: "óbvio que gostaríamos que o presidente Macri, que tem um relacionamento muito bom com o nosso governo, vencesse essa eleição. Mas os indícios são muito fortes de que a vitória vai lá para o lado do (Alberto) Fernandéz e da Cristina Kirchner". Apesar da previsão, ele defendeu "manter essa ligação" com os argentinos

    247 - Em discurso durante evento com empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o vice-presidente, general Hamilton Mourão deu como certa a derrota de Maurício Macri nas eleições da Argentina, mas disse que o Brasil tem "interesses" no país vizinho, com quem tem que manter relações comerciais.

    "Óbvio que gostaríamos que o presidente Macri, que tem um relacionamento muito bom com o nosso governo, vencesse essa eleição. Mas os indícios são muito fortes de que a vitória vai lá para o lado do (Alberto) Fernandéz e da Cristina Kirchner", afirmou Mourão.

    Jair Bolsonaro quebrou o decoro da Presidência da República ao insultar o povo argentino e os prováveis futuros governantes do país. “Bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, disse ele.

    Já Mourão tentou ser um pouco mais diplomático. "A Argentina é nosso maior parceiro comercial. Grande parte dos nossos produtos manufaturados vai para a Argentina. Então, nós temos que manter essa ligação", afirmou.

    Sobre a crise criada por Bolsonaro com o Emmanuel Macron, Mourão saiu em defesa de Bolsonaro, afirmando que o presidente francês se aproveitou politicamente da situação.

    "Não (podemos) aceitar ingerências outras em cima da gente. O presidente francês, ele enfrenta problemas internos. A questão do acordo Mercosul-União Europeia atinge um dos lobbies maiores que existem na França, que são os agricultores. Aí a comparação: nossa agricultura chegando em cima da agricultura europeia é como um gigante avançando. Mas esse é o nosso poder, é poder que o país tem. Então, ninguém pode sair ganhando sempre. Tem que haver uma busca do equilíbrio nessas relações. É o grande poder de barganha que o país tem, a questão foi mal colocada, mal explorada, mas, pouco a pouco, o governo está invertendo essa equação com ações e informação".

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