MPF diz que delação de Cid é fraca e PF diz que órgão 'joga contra' investigação sobre intentona golpista
Tensão aumentou após o subprocurador Carlos Frederico Santos afirmar que o depoimento de Cid "é fraco". Para a PF, o MPF reage por não ter participado da elaboração do acordo
247 - O avanço das investigações no âmbito da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), intensificou a disputa nos bastidores entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) em relação aos acordos de colaboração premiada. Segundo a jornalista Andréia Sadi, do G1, “investigadores da PF veem o Ministério Público Federal 'jogando contra' a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na investigação dos atos golpistas”.
De acordo com a reportagem, a tensão aumentou depois que o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, afirmou à revista Veja que o depoimento de Cid "é fraco". Santos também solicitou a realização de novas diligências para "desvendar a questão de crimes contra a democracia".
“Nos últimos meses, Mauro Cid disse à Polícia Federal que Bolsonaro fez reuniões no Alvorada para consultar integrantes da Marinha e das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe militar. Porém, sobre uma eventual denúncia de Bolsonaro no caso, o subprocurador afirmou que não tem como dizer que seja algo iminente”, ressalta a reportagem. "Depende do que surgir dessas diligências", teria dito Santos.
Para os investigadores da PF, o Ministério Público está reagindo por não ter participado da elaboração do acordo de delação, previsto em lei, e agora busca "marcar posição contrária" ao criticar a delação e solicitar diligências que podem ser consideradas "desnecessárias", uma vez que a confirmação dos fatos relatados pelo colaborador é uma praxe da PF, como no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.
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