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"Não é possível o país ser rico se a cidade é pobre", diz Lula na Marcha dos Prefeitos ao anunciar medidas para os municípios

"Nós aprovamos um monte de coisa, transferimos muita responsabilidade, e precisamos transferir uma parte do dinheiro junto para o prefeito conseguir cumprir", disse o presidente

Lula (Foto: RICARDO STUCKERT/PR)

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247 - O presidente Lula (PT) discursou nesta terça-feira (21) na abertura da Marcha dos Prefeitos, em Brasília, e falou sobre a relação que exige que o governo federal mantenha com os municípios, além de ter feito anúncios importantes para os gestores do Executivo municipal. "O que rege o funcionamento da minha cabeça com relação à minha relação com prefeitos e cidades é com base em uma música feita para uma campanha eleitoral de 1975, que dizia: 'uma cidade parece pequena se comparada a um país, mas é na minha, na sua, na nossa cidade que se começa a ser feliz'. Isso marca a minha relação com os prefeitos. Embora entre os entes federados as cidades sejam as menores, é na cidade que as pessoas brigam por educação, por saúde, por lazer, por emprego, é na cidade que as pessoas têm o prefeito todo santo dia na sua frente. Isso nos obriga a ter uma relação civilizada, compartilhada, nos obriga a ouvir os prefeitos para que a gente possa tomar muitas das decisões que a gente toma no âmbito do governo federal".

"Não é possível o país ser rico se a cidade é pobre. Não tem país rico com cidade pobre. Não é possível tomar decisões políticas a nível nacional sem a gente medir a consequência dela quando chega na ponta, na cidade. Isso me incomoda, porque cada vez que a gente toma uma medida que significa recolher dinheiro de alguém, significa que alguém vai pagar, e muitas vezes - e quero ser muito honesto - os prefeitos têm razão, porque nós aprovamos um monte de coisa, transferimos muita responsabilidade - mais educação, mais saúde, mais transporte -, e muitas vezes nós precisamos transferir uma parte do dinheiro junto para poder o prefeito conseguir cumprir o que determinamos", acrescentou.

O presidente também fez um apelo para que, diante das eleições municipais no final deste ano, seja mantida a "civilidade" entre os concorrentes. "Não permitam que as eleições deste final de ano façam com que vocês percam a civilidade. Esse país está precisando de civilidade, de harmonia, de muito mais compreensão".

Entre os anúncios, Lula afirmou que o governo apresentará um novo prazo para o financiamento das dívidas previdenciárias dos municípios e novas regras para o pagamento de precatórios, a fim de aliviar as contas das prefeituras. Ele também pediu urgência na tramitação do projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamentos das prefeituras, argumentando que os prefeitos não devem ser "pegos de surpresa".

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