"Negacionismo de Bolsonaro cobra seu preço em Camboriú", diz Gleisi
Surto de sarna na cidade pode estar relacionado ao uso excessivo de ivermectina
247 – Um surto de escabiose, popularmente conhecida como sarna, está gerando preocupação entre as autoridades de saúde em Balneário Camboriú. O problema tornou-se especialmente grave com a detecção de casos em duas creches da cidade, afetando principalmente crianças. Em meio a esse cenário, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), fez uma declaração associando o surto negacionismo de Jair Bolsonaro.
"Um surto de sarna em Santa Catarina pode estar relacionado ao uso indiscriminado de ivermectina, assim como ordenou o inelegível durante a pandemia, sem nenhuma evidência científica. Ele, o maior propagador de fake news. E o lado triste dessa história de Balneário Camboriú é saber que crianças estão sendo as mais afetadas. Consequências do negacionismo, agora cobrando o seu preço," afirmou Hoffmann.
A declaração da deputada refere-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que durante seu mandato incentivou o uso de ivermectina como parte dos controversos “kits Covid”. Esses kits foram amplamente utilizados por algumas pessoas como tratamento profilático ou terapêutico para a Covid-19, apesar da falta de comprovação científica de sua eficácia. Agora, o uso desenfreado do medicamento está sob escrutínio, especialmente quanto aos possíveis efeitos colaterais a longo prazo.
Segundo o portal NSC Total, autoridades locais e especialistas divergem sobre a possível correlação entre o uso excessivo de ivermectina e o surto de sarna. Um estudo publicado em 2021 por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) destacou a possibilidade de que o abuso de ivermectina poderia estar contribuindo para a superresistência do ácaro Sarcoptes scabiei, causador da escabiose. Este parasita já era conhecido por sua capacidade de desenvolver resistência a tratamentos, mas o uso indiscriminado do medicamento pode estar tornando-o ainda mais robusto, dificultando o controle dos surtos.
O médico infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, da Superintendência de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, admite a possibilidade, embora reforce que a avaliação da resistência do parasita seja necessária: "Não podemos afirmar sem a avaliação da resistência do parasita. Mas é uma possibilidade, sim."
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