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    Nova delação de Cid é vista como um esclarecimento para preencher lacunas

    Mauro Cid já prestou mais de dez depoimentos desde o início das investigações relacionadas ao governo Bolsonaro.

    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto. Edilson Rodrigues-Agência Senado

    247- Um novo capítulo na investigação que envolve o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, gerou expectativa entre os investigadores da Polícia Federal (PF). O depoimento, realizado nesta quinta-feira (5), foi solicitado após declarações polêmicas do advogado de Cid, Cézar Bittencourt, em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews. Durante a entrevista, o advogado inicialmente afirmou que o ex-presidente sabia de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mas recuou na declaração minutos depois, após uma interrupção repentina na transmissão.

    A reportagem do G1 revelou que a entrevista de Bittencourt foi considerada “esquisita” por pessoas envolvidas na investigação. Esse episódio, segundo fontes ligadas ao caso, foi decisivo para a convocação de Cid para um novo depoimento, com o objetivo de preencher lacunas e buscar esclarecimentos adicionais.

    A delação e seus limites

    Mauro Cid já prestou mais de dez depoimentos desde o início das investigações relacionadas ao governo Bolsonaro. Apesar de colaborar com as autoridades, os investigadores têm percebido que as informações fornecidas por ele são, em grande parte, confirmatórias de dados que a PF já possuía, muitos deles obtidos por meio do celular de Cid, apreendido durante o inquérito sobre cartões de vacinação falsos.

    Fontes próximas à investigação afirmaram que Cid tem mantido sua delação dentro de limites que parecem proteger outros envolvidos em supostas tentativas de golpe de Estado. Ele estaria fornecendo o mínimo necessário para cumprir seu acordo, mas sem trazer grandes novidades ou a chamada “bala de prata” que desvendaria completamente os fatos.

    “A cada ida de Cid à PF ou ao STF, ele revela um pouco mais, mas não tudo. Isso sugere que o ex-ajudante de ordens ainda não contou nem um terço do que sabe de fato”, disse uma fonte próxima ao caso. Essa postura pode comprometer a avaliação de sua delação pela Procuradoria-Geral da República (PGR), já que o acordo exige a revelação completa de todas as informações relevantes.

    Implicações futuras

    O delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, assinou a intimação para o novo depoimento de Mauro Cid. A convocação ocorre em um momento de incertezas sobre a extensão da colaboração do ex-ajudante de ordens e sobre possíveis novas linhas de apuração que possam surgir.

    Caso a PGR identifique omissões significativas nas declarações de Cid, seu acordo de delação pode ser revisto, resultando em sanções mais severas. “O acordo de colaboração exige transparência total. Se Cid estiver escondendo algo, isso pode colocar sua situação em risco”, apontou uma fonte envolvida nas investigações.

    O caso segue sob intensa análise, com a possibilidade de novos desdobramentos, como um inquérito adicional, dependendo das informações apresentadas por Mauro Cid nos próximos depoimentos. O episódio também reforça a complexidade e a sensibilidade das investigações sobre os possíveis crimes cometidos durante a gestão Bolsonaro.

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