"O Anderson Torres é o Gama e Silva do AI-5", diz o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh ao 247
"Há semelhanças de textos com o AI-5", afirmou o advogado numa referência ao ato que deu mais poderes ao regime golpista e ditatorial na década de 60
247 - Advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh alertou nesta sexta-feira (15), em entrevista ao 247, para a gravidade da trama golpista. Militante histórico pelos Direitos Humanos, o estudioso citou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e comparou a tentativa de golpe defendida pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e o Ato Institucional Número 5. Em 1968, na Ditadura Militar (1964-1985), houve intervenções federais em estados e municípios, cassação de mandatos parlamentares, garantias constitucionais foram suspensas e aumentou a tortura contra as pessoas contrárias o regime ditatorial.
Ao fazer a comparação, o estudioso lembrou de Luís Antônio da Gama e Silva, ministro da Justiça durante o governo ditatorial de Costa e Silva (1967-1969). "O Anderson Torres é o Gama e Silva do AI-5. E nega tudo no depoimento! Há semelhanças de textos com o AI-5", afirmou o advogado durante conversa com os jornalistas Luís Costa Pinto, Tereza Cruvinel, Mario Vitor Santos, Aquiles Lins e Marcelo Auler, na TV 247.
O advogado também citou militares que foram depor à Polícia Federal. O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, afirmou que o então comandante do Exército, Freire Gomes, comunicou a intenção de prender Jair Bolsonaro (PL) caso este tentasse levar adiante a intentona golpista.
De acordo com o advogado, "o depoimento de Freire Gomes e Batista são suficientes para o indiciamento de Jair Bolsonaro. Foi uma pá de cal na tentativa dele de se livrar dessas acusações."
Em sua análise, Greenhalgh mencionou o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, que, segundo Baptista Júnior, confirmou as reuniões nas quais eram discutidas formas de se aplicar um golpe. "Melancólica situação do almirante Garnier [comandante da Marinha]. Nunca imaginei ver um almirante sentar-se na frente de um delegado e invocar o direito ao silêncio. É uma admissão de culpa".
O estudioso falou sobre o veículo para o qual ele concedeu a entrevista. "O 247 tem se erigido na linha de defesa da Democracia no Brasil. É um canal que está orgulhosamente na trincheira democrática".
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