"O Brasil é uma máquina de moer pobre", diz Emicida

247 – O rapper Emicida fez uma contundente declaração sobre o assassinato de um adolescente de 13 anos na Cidade de Deus, comunidade situada na zona norte do Rio de Janeiro, pela PM. O jovem Thiago Menezes Flausino foi baleado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar durante uma operação na comunidade, o que gerou protestos e revolta entre os moradores.

Em sua declaração, Emicida aponta as graves falhas do estado brasileiro e critica a sociedade por forçar a mãe da vítima a interromper seu luto para defender a honra do filho. O rapper expressa seu repúdio à violência policial, à impunidade e à humilhação que os sobreviventes de violência enfrentam. Ele também denuncia a forma como a máquina estatal trata os mais vulneráveis, afirmando que o Brasil é uma "máquina de moer pobre".

Uma manifestação em homenagem ao adolescente morto foi convocada pelo jornal comunitário Voz das Comunidades, que denunciou o despreparo da polícia responsável pela ação que vitimou o jovem. Durante o protesto, os moradores clamaram por justiça e carregavam cartazes pedindo um fim à violência policial nas comunidades.

No entanto, a manifestação pacífica foi reprimida pela polícia, que usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes. A ação policial apenas aumentou a tensão e o descontentamento da população local, que já enfrenta situações de vulnerabilidade e violência diariamente.

As diferentes versões apresentadas sobre o ocorrido evidenciam a urgência de investigações transparentes e imparciais sobre a atuação policial, bem como o questionamento sobre a necessidade de se rever a abordagem das operações em comunidades e favelas, a fim de evitar mais tragédias como essa. 

Emicida não se cala e levanta sua voz para trazer à tona questões fundamentais sobre justiça, igualdade e respeito à vida humana. Sua mensagem ecoa a indignação de muitos brasileiros que estão cansados de ver a violência policial atingir indiscriminadamente jovens negros e moradores de comunidades, enquanto a impunidade parece prevalecer. Confira: