“O fio desencapado é a Michelle, que nunca foi investigada”, diz Paulo Pimenta
Para o parlamentar, a primeira-dama Michelle Bolsonaro pode ser a personagem central do escândalo envolvendo pastores e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro
247 - Durante o programa Giro das Onze, da TV 247, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) advertiu que a partir desta segunda-feira, dia 4, “começa uma corrosão da base governista” que deve se agravar com a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC.
“O fio desencapado é a Michele, que nunca foi investigada”, disse ele se referindo à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Com o Lula, investigaram a Marisa, os filhos, os sobrinhos e os netos. Mas a Michele nunca foi investigada. Ela que tem um cheque do Queiroz depositado na conta dela, e mesmo assim o MP nunca teve a coragem de pedir a quebra de sigilo bancário dela”, apontou o deputado.
Pimenta lembrou que Michelle já disse que falava com o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, “todos os dias”. “Todo mundo sabe que o Milton Ribeiro foi indicação dela e que esses pastores eram indicação dela. Imagine trazer a Michele para depor. Imagina a CPI quebrar o sigilo bancário e telefônico da Michele. Qual será a reação do Bolsonaro?”, indagou.
Paulo Pimenta avaliou ainda que a base governista deve começar a ruir nos próximos meses e que “Bolsonaro cada vez mais mostra uma incapacidade de reação eleitoral”.
“O centrão fez um movimento forte para que o vice fosse a Tereza Cristina, um nome ligado ao agronegócio e uma parlamentar com trânsito grande no centrão. Os parlamentares do centrão entendiam que seria uma demonstração de lealdade e a garantia de um canal para eles no governo, além de ter alguém que tem diálogo forte com o setor do agro, que busca ter uma relação privilegiada com Bolsonaro”, frisou.
Para ele, o anúncio do Braga Netto como vice na chapa de reeleição de Bolsonaro “significa menos potência eleitoral e mais disposição de conflito”.
“Ninguém acredita que o Braga Netto tenha voto. Bota um general que não tem voto, não tem relação social e basicamente representa o setor das Forças Armadas que já está com Bolsonaro é muito mais uma declaração de disposição de conflito do que de diálogo”, reforçou.
Ainda de acordo com o parlamentar, o centrão não gosta dessa solução e não gosta de candidato que perde eleição. Ele destacou que no último dia 1º de julho foi o último dia para liberar as emendas do chamado orçamento secreto, antes do prazo de restrição eleitoral. “Se não pagar até sexta, só depois da eleição. Para o centrão já não adianta mais. Na segunda-feira os deputados não tem mais o que receber. Então, a partir de segunda-feira a base começa a ruir, pois tem baixa expectativa eleitoral e não tem mais dinheiro”, disse.
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