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    Objetivo do núcleo golpista era 'obter vantagens com a manutenção de Bolsonaro no poder', diz PF

    Agentes estão cumprindo 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares contra aliados de Jair Bolsonaro

    Polícia Federal e Bolsonaro com Mauro Cid (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Isac Nóbrega/PR)

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    247 - A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8), tem como objetivo investigar a intentona golpista do dia 8 de janeiro do ano passado, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a PF, a ação visa “apurar a organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.

    Ao todo, os agentes estão cumprindo 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Entre os alvos estão militares e assessores próximos de Jair Bolsonaro (PL), como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, ex-ministros do governo Bolsonaro,que foram alvos de mandados de busca e apreensão. Os ex-assessores Filipe G. Martins e Marcelo Câmara foram presos no âmbito da operação. Entre os demais alvos estão o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o general e ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

    Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

    Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

    Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

    O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

    O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

    O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

    Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

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