Oferta de compra do Banco Master pelo BRB foi articulada por caciques do PP e União Brasil

247 - A negociação para a venda do Banco Master ao BRB (Banco de Brasília) está sendo conduzida nos bastidores por líderes do PP e do União Brasil, aliados ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Apesar do anúncio de tratativas, a operação enfrenta desconfiança no mercado financeiro. As informações são do portal UOL.

O sócio majoritário do Master, Daniel Vorcaro, conta com apoio político de Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil), peças-chave para os planos eleitorais de Ibaneis em 2026 — ele pretende disputar o Senado e apoiar sua vice, Celina Leão (PP), ao governo do DF.

Com dificuldades para encontrar compradores privados, o Master apostou em alianças políticas. A aproximação com Ciro começou por intermédio de Flávia Peres, ex-mulher de José Roberto Arruda e ex-ministra de Bolsonaro, hoje casada com um dos sócios do banco. Ciro abriu portas em Brasília e tentou emplacar no Senado uma emenda que aumentaria a cobertura do FGC de R$ 250 mil para R$ 1 milhão, beneficiando o Master — sem sucesso.

Em fevereiro, Vorcaro esteve em uma festa com parlamentares e, semanas depois, patrocinou um camarote no carnaval do Rio de Janeiro, com políticos como Ciro, Rueda e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). “Era champagne Dom Pérignon servido no banheiro”, disse uma fonte próxima ao banco.

A operação é vista com cautela por analistas. Com R$ 50 bilhões em depósitos — cerca de 50% da liquidez do FGC —, o Master é considerado de alto risco. O BTG Pactual chegou a propor uma aquisição simbólica de R$ 1, sem incorporar o banco ao grupo, mas a negociação não avançou.

O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou ao UOL que o banco só aceitaria os “bons ativos” do Master. A avaliação no mercado, porém, é de que essa separação ainda não está garantida.

Ciro Nogueira e Antônio Rueda foram procurados pela imprensa, mas não se manifestaram até o momento.