Otoni de Paula, intermediário da conversa entre Bolsonaro e parentes de Marcelo Arruda, disse que receberia Lula "na bala"
"Não venha tentar visitar minha casa, porque vai ser na bala", disse o deputado federal bolsonarista Otoni de Paula durante um discurso realizado em abril, na tribuna da Câmara
247 - O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), responsável por intermediar a ligação de Jair Bolsonaro com os irmãos do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu (PR) assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho no último sábado (9), já ameaçou receber “na bala” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso ele ou seus apoiadores fossem à sua residência no Rio de Janeiro.
A ameaça do parlamentar foi feita em abril, após Lula afirmar que manifestações realizadas em frente do Congresso Nacional "não movem uma pestana de um deputado" e sugerir que os atos fossem feitos na frente das casas dos parlamentares. "Não venha tentar visitar minha casa, porque vai ser na bala", disse o bolsonarista na ocasião, durante um discurso na tribuna da Câmara dos Deputados.
A ligação de Bolsonaro para os irmãos de Marcelo Arruda - que são apoiadores do atual governo - aconteceu na tarde da terça-feira (13). Na chamada de vídeo, Bolsonaro tentou se distanciar da reponsabilidade de insuflar a violência por parte de seus seguidores contra adversários e buscar ganhos políticos com a iniciativa ao afirmar que estão querendo colocar o caso “no seu colo”. Ele também não se solidarizou com os familiares.
"A ideia é ter uma coletiva com a imprensa para vocês falarem a verdade, não é a esquerda ou a direita. A imprensa está tentando desgastar o meu governo”, disse Bolsonaro durante a ligação intermediada por Otoni.
Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda, criticou o diálogo de Bolsonaro com os cunhados e afirmou que eles sequer estavam na festa que acabou na tragédia provocada pelo ataque do bolsonarista José Jorge Guaranho.
"Os irmãos de Marcelo não estavam na festa, como eles podem ter concordado com o que o presidente falou?", questionou Pamela. “Sabíamos que eles apoiavam o presidente, mas não imaginei que chegasse a esse ponto de eles deturparem a real história, dizer que o cara não foi por motivos políticos lá", completou.
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