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    Pesquisa de banco que apontou empate técnico entre Lula e Bolsonaro usa metodologia condenada por especialistas

    A pesquisa do Banco Modal não trabalha com métodos convencionais, utilizando a "amostra não probabilística", o que não é realizado pelos outros institutos

    Bolsonaro e Lula (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert)
    Juca Simonard avatar
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    247 - Pesquisa da Futura Inteligência, encomendada pelo Banco Modal e divulgada nesta quarta-feira, 23, aponta um empate técnico entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na projeção para o primeiro turno. O levantamento difere do que vem sendo apontado pelas mais recentes pesquisas de intenção de voto, que apontam o petista como favorito. Segundo a Futura, Lula teria 35% das intenções de voto, ante 34,7% de Bolsonaro.

    Amostra não probabilística

    Para o levantamento foram entrevistadas, por telefone, 2.000 pessoas, entre 14 e 17 de fevereiro. A margem de erro seria de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa do banco, no entanto, não trabalha com métodos convencionais, utilizando o conceito de "amostra não probabilística", o que não é realizado pelos outros institutos. O levantamento virou piada em um grupo de WhatsApp que reúne diretores técnicos dos institutos, conforme apurou o Brasil 247.

    A amostra não probabilística permite que não sejam entrevistados todos os grupos de cidadãos, considerando por exemplo gênero, região e classe social, possibilitando assim distorções na base de entrevistados.

    Metodologia condenada por especialistas

    Em janeiro, enquanto levantamento feito pelo Ipespe sob encomenda da XP mostrou Lula com vantagem de 20% sobre Bolsonaro, a pesquisa encomendada pelo Banco Modal apontou apenas 5,5% de vantagem do ex-presidente.

    Na ocasião, o presidente do Conselho Científico do Ipespe, o cientista político Antonio Lavareda, apontou, ao Metrópoles, que os bolsonaristas podem ter sido super representados na amostra, isto é, o levantamento da Futura pode ter ouvido mais bolsonaristas do que deveria para ter uma amostra fiel ao eleitorado brasileiro.

    Lavareda também denunciou, com base em pesquisas do instituto em 2018, que a Futura pode ter fugido da regra e perguntado como os entrevistados votaram em 2018 antes de questionar a intenção de voto para 2022. “Há a hipótese do chamado viés de consistência. O entrevistado que diz ter votado em Jair Bolsonaro pode ficar meio inibido de na pergunta seguinte responder outro candidato”, disse em janeiro.

    “Não conheço nenhuma outra pesquisa que faça essa questão sobre a eleição anterior antes de perguntar sobre a intenção de voto da eleição próxima”, declarou.

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