PF nega pedido de Appio e não vai mais investigar escutas na cela de Youssef
Corporação alega que as investigações já foram realizadas e rejeita tese de "inatividade"
247 - A Coordenação-Geral de Assuntos Internos da Polícia Federal (PF), em Brasília, alegou não ver motivos para abrir uma nova investigação sobre as escutas encontradas em 2014 na cela do doleiro Alberto Youssef, considerado um dos delatores mais importantes da Operação Lava Jato. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com o delegado da PF Álex Levi Bersan de Rezende, coordenador-geral de Assuntos Internos, já houve "intenso escrutínio" sobre o assunto e não há fatos novos que justifiquem a retomada do caso. "Não foi possível identificar nenhuma nova circunstância que fosse apta a reabrir os procedimentos criminais findos ou até mesmo legitimar a instauração de novo inquérito policial", escreveu ele.
Youssef afirma que a própria PF montou um grampo ilegal em sua cela com o objetivo de monitorá-lo durante o período em que esteve preso na carceragem da corporação em Curitiba (PR), em 2014. Ele pede à Justiça Federal de Curitiba a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações.
O juiz da Vara, Eduardo Appio, agora afastado, acatou a solicitação da defesa de Youssef, requerendo as cópias das investigações. Posteriormente, ao receber o material, o juiz também recomendou que a PF do Paraná iniciasse um inquérito policial. >>> Appio foi afastado quando começou a investigar o destino do dinheiro arrecadado na Vara de Moro
Após receber a comunicação do magistrado, a Superintendência da Polícia Federal no Paraná encaminhou o assunto para Brasília. O coordenador-geral de Assuntos Internos da PF afirmou que não houve inatividade nesse caso e que desde 2014 foram abertos seis procedimentos disciplinares e dois procedimentos criminais para investigar a situação das escutas na cela.
Ele também mencionou uma investigação realizada em 2015 sobre uma escuta ambiental que foi encontrada instalada em uma luminária na escadaria do segundo andar do prédio da Superintendência da PF em Curitiba.
O grampo ilegal foi descoberto por Youssef quando ele ainda se recusava a colaborar com a operação Lava Jato. Na ocasião, a PF alegou que os grampos eram antigos e estavam desativados. A denúncia sobre a escuta ilegal foi ignorada pelo senador e então juiz da Lava Jato, Sergio Moro. Moro foi declarado parcial e suspeito pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, na sentença que condenou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do triplex no Guarujá.
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