Planalto defende que autorização de Bolsonaro era suficiente para permitir participação de Pazuello em ato político
O governo avalia tese de que Pazuello, como militar da ativa, estaria autorizado por Bolsonaro, Comandante Supremo das Forças Armadas, a participar de ato político. A jornalista Mônica Bergamo alerta: "se a 'tese' vingar, Bolsonaro poderá autorizar todos os militares da ativa a declararem apoio a ele"
247 - Após o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello comparecer a um ato político ao lado de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro no último domingo (23), uma nova tensão entre o governo federal e os militares foi criada.
Isto porque Pazuello, como militar da ativa, não poderia ter participado de uma manifestação política, conforme previsto no artigo 57 do Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), que diz ser poibido "manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária".
O Palácio do Planalto, de acordo com Thaís Oyama, do UOL, para tentar salvar a autoridade do comando do Exército, Paulo Sérgio, e de Bolsonaro, defende que a solução para a questão está no próprio artigo 57 do RDE. "Se o Comandante do Exército pode autorizar, o Presidente da República, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, certamente pode também", diz um militar que concorda com a "nova leitura" do artigo.
Pelo Twitter, a jornalista Mônica Bergamo alerta para o perigo da nova interpretação do regulamento: "se a 'tese' vingar, Bolsonaro poderá autorizar [como fez com Pazuello] todos os militares da ativa a declararem apoio a ele, a fazerem política, a subirem em palanque, a fazerem o que ele manda e deixa. No 'meu' Exército [dele, Bolsonaro]".
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