Pochmann defende IBGE e diz que o ataque às estatísticas oficiais visa matar a democracia
Presidente do IBGE rebate críticas de Bolsonaro e lembra que "o nazifascismo transcorreu em plena ausência de estatísticas oficiais confiáveis"
247 - O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, reagiu aos ataques de Jair Bolsonaro (PL) à credibilidade do órgão após a divulgação da menor taxa de desemprego já registrada no Brasil. Em um tweet, ele enfatizou a importância das estatísticas oficiais para a democracia e afirmou que os ataques a esses dados buscam deslegitimar a própria essência democrática do país.
“A democracia morre na escuridão sem estatísticas oficiais. (...) O ataque às estatísticas oficiais somente serve à minoria que insiste em promover o falecimento da democracia”, declarou Pochmann, citando ainda um documento divulgado pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa em 2024 sobre a relação entre democracia e desempenho estatístico.
A declaração veio após Bolsonaro atacar os dados divulgados pelo IBGE na sexta-feira (27). Segundo Bolsonaro, a taxa de desemprego de 6,1%, registrada no trimestre móvel até novembro, seria “uma mentira”. O ex-mandatário, em live transmitida na Rádio AuriVerde, alegou que o instituto estaria considerando benefícios sociais como critério para classificar alguém como empregado, sem apresentar evidências que comprovassem suas alegações.
No mesmo tweet, Pochmann destacou que países com alto nível de democracia apresentam, em geral, desempenho estatístico mais elevado. Ele lembrou ainda que, em períodos históricos de governos autoritários, como o nazifascismo, a ausência de dados oficiais confiáveis foi uma ferramenta para consolidar o poder e ocultar informações da população.
“Na Era Digital, a explosão das informações avançou muito mais rapidamente que a capacidade do público compreender em geral o todo. Emergiu, assim, a questão do iletramento digital”, completou o presidente do IBGE, reforçando que o acesso a dados confiáveis é essencial para que governos, economias e sociedades tomem decisões informadas.
O IBGE é reconhecido como uma das instituições de pesquisa mais importantes do mundo, seguindo os princípios fundamentais das estatísticas oficiais estabelecidos pelas Nações Unidas em 2014. Entre esses princípios, está o compromisso de fornecer “um elemento indispensável no sistema de informação de uma sociedade democrática”.
LEIA O TEXTO DE MARCIO POCHMANN NA ÍNTEGRA:
A democracia morre na escuridão sem estatísticas oficiais
Em março de 2024, a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, reunida em Genebra no evento sobre Ética em Organizações Estatísticas Modernas, divulgou o documento: "A democracia morre na escuridão sem estatísticas oficiais."
A correlação entre o Índice de Democracia e o Índice de Desempenho Estatístico para o ano de 2019 no conjunto de 167 países foi de 70,1%.
Em síntese, países com alto nível de democracia experimentam elevado patamar de desempenho estatístico.
Na Era Digital, a explosão das informações avançou muito mais rapidamente que a capacidade do público compreender em geral o todo. Emergiu, assim, a questão do iletramento digital.
No passado, o registro da presença do nazifascismo, por exemplo, transcorreu em plena ausência de estatísticas oficiais confiáveis.
O IBGE, a maior instituição de pesquisa do Brasil e uma das mais importantes do mundo, segue os princípios fundamentais das estatísticas oficiais consolidadas pelas Nações Unidas (2014) que afirma: "As estatísticas oficiais fornecem um elemento induspensável no sistema de informação de uma sociedade democrática, servindo o governo, a economia e o público com dados sobre a situação econômica, demográfica, social e ambiental."
O ataque às estatísticas oficiais somente serve à minoria que insiste em promover o falecimento da democracia.
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