Polícia prende quatro voluntários de ONG sob acusação de provocar incêndio criminoso no Pará

A prisão de ambientalistas da Brigada de Incêndio de Alter do Chão, Organização Não Governamental, tem uma consonância com as declarações de Jair Bolsonaro, que tem culpado ONGs por queimadas na Amazônia

26 de novembro de 2019, 10:46 hAtualizado em 27 de novembro de 2019, 15:02 h

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

247 - A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (26) quatro integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão, uma ONG, acusando os voluntários de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental (APA).

A operação visa desarticular o grupo que ateou fogo no local em setembro deste ano. A polícia também cumpre sete mandados de busca e apreensão. Lideranças de diversos movimentos sociais na região estão denunciando a gravidade da prisão e sua perseguição política aos militantes.

A ação tem uma consonância com as declarações de Jair Bolsonaro, que tem culpado ONGs por queimadas na Amazônia.

A operação é comandada pela Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Santarém (DECA) e o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) com o apoio da Diretoria de Polícia do Interior (DPI).

*URGENTE GRAVÍSSIMO* Organizações Não Governamentais de Santarém são vítimas de prisões, buscas e apreensões infundadas sob a absurda alegação de envolvimento em incêndio da Área de Proteção ambiental de alter do Chão, em Santarém, no estado do Pará. Assista ao vídeo! pic.twitter.com/zc9sKpA6eD
— Airton Faleiro (@FaleiroAirton) November 26, 2019

A história é a seguinte: grileiros e pecuaristas tocam fogo na Amazônia. Escândalo internacional. Presidente diz que quem tocou fogo foram os ambientalistas Todo mundo dá risada. E aí a Polícia Civil do Pará "investiga" o fogo e prende... ambientalistas. https://t.co/sPPnuw3pvm
— Observatório do Clima (@obsclima) November 26, 2019

“É estarrecedor que em vez de correr atrás dos criminosos que anunciaram pelo WhatsApp o fogo proposital ao longo da BR-163,a polícia prenda os que atuam como bombeiros e amarre as mãos de uma organização líder na promoção da sustentabilidade na Amazônia” https://t.co/5kRGrePms7
— André Trigueiro (@andretrig) November 27, 2019

O AI5 em curso já produziu hoje dois crimes do Estado:
Na Amazônia, ambientalistas são presos pela polícia de forma arbitraria, com acusação kafkaniana absurda; na Bahia, um líder quilombola ameaçado de morte, em conflito com a Marinha, foi assassinado de forma torpe e cruel.
— Felipe Milanez (@felipedjeguaka) November 27, 2019

Quer dizer que meia dúzia de ambientalistas botaram fogo na amazônia e foram presos e nenhum fazendeiro ou grileiro de terra foi investigado?

Criminalizar ativistas, ONGs, protestos e oposição é a marca de qualquer ditadura.
— Mateus Ferreira (@mateusfgoias) November 27, 2019

Combater crime ambiental pode ir preso, aconteceu com membros de ONGs que ajudaram a combater as queimadas na Amazônia.

Nenhum ruralista preso por participar do Dia Do Fogo ao contrário dos ambientalistas que foram presos por combater as queimadas.#BolsonaroSaiAmazoniaFica
— Izanildo Sabino (@izanildosabino) November 27, 2019

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