Possível fusão entre Cobasi e Petz criaria distorção no mercado e riscos à concorrência, avalia ex-presidente do Cade

247 - A proposta de fusão entre Cobasi e Petz, os dois maiores players do mercado pet no Brasil, levanta preocupações significativas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Segundo Gesner Oliveira, sócio da GO Associados e ex-presidente do CADE, a operação pode gerar uma concentração excessiva no setor, com impacto negativo para a concorrência e para os consumidores.

Segundo Oliveira, em artigo publicado no site Brazil Journal, as empresas possuem estratégias e portfólios muito semelhantes, o que resultaria em uma sobreposição significativa e, potencialmente, em um monopólio em diversas regiões do país. Além disso, o faturamento combinado das duas gigantes, que soma aproximadamente R$ 7 bilhões, criaria uma discrepância considerável em relação ao terceiro maior player, a PetLove, que fatura cerca de R$ 1 bilhão. Essa diferença poderia prejudicar a capacidade das concorrentes de rivalizar com a nova gigante.

Oliveira destaca três pontos principais de preocupação para o CADE: a alta concentração horizontal, a possibilidade de fechamento do mercado para fornecedores e a dificuldade de encontrar remédios eficazes para mitigar esses efeitos sem inviabilizar a operação.

Para que a fusão seja aprovada, Oliveira sugere que serão necessários remédios antitruste, como desinvestimento de ativos e compromissos comportamentais, para garantir uma competição justa no mercado. No entanto, a eficácia dessas medidas ainda é incerta, e o CADE terá um desafio significativo pela frente.