Prefeitos de dez municípios já denunciaram esquema de pastores no 'bolsolão' do MEC
Além das denúncias de intermediação, três prefeitos também confirmaram que receberam pedidos de propina em troca de liberação de verbas do Ministério da Educação
247 - Prefeitos de dez municípios já afirmaram que os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura atuavam como intermediadores na liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) e ao menos três deles admitiram que receberam pedidos de propinas para que a verba fosse liberada. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os gestores municipais serão intimados a prestar depoimento à Polícia Federal.
Pelo menos dez prefeitos atestam que pastores atuaram na intermediação de recursos ou no acesso direto ao ministro da Educação, Milton Ribeiro. Desse grupo, três já admitiram que ouviram pedidos de propina em troca da liberação de verbas federais para escolas. Eles serão intimados a prestar depoimento à Polícia Federal.
O prefeito de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), disse ter recebido de Arilton um pedido de propina de R$ 15 mil, além de um quilo de ouro, para que os recursos solicitados pelo município fossem liberados pela pasta comandada por Milton Ribeiro. O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton Pinheiro (Cidadania), relatou que chegou a receber até uma oferta de desconto no valor da propina a ser paga, além de um pedido para a compra de bíblias. O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza (PP), também afirma que o pastor Arilton pediu um depósito “de R$ 40 mil para ajudar a igreja”.
Além deles, os prefeitos Nilson Caffer, de Guarani D'Oeste (SP), Adelícia Moura, de Israelândia (GO), Laerte Dourado, de Jaupaci (GO), Doutor Sato, de Jandira (SP), Fabiano Moreti, de Ijaci (MG), André Kozan, de Dracena (SP), e Edmario de Castro Barbosa, de Ceres (GO), dizem que só tiveram acesso ao MEC por intermédio dos pastores envolvidos no escândalo.
Nesta quinta-feira (24), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmén Lúcia, atendeu um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou abertura de um inquérito para investigar o envolvimento do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no esquema.
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