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    "Prisão de Cid é muito ruim para a investigação", diz Bruno Salles

    Criminalista explicou que, caso a delação seja rescindida por vício de voluntariedade, as provas obtidas a partir dos depoimentos de Cid e suas derivações serão consideradas nulas

    Bruno Salles, Mauro Cid e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/CNN | Reuters)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - O advogado criminalista Bruno Salles expressou sua preocupação em relação ao vazamento do áudio de Mauro Cid e à prisão do tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira (22).

    Em seu perfil no Twitter, Salles compartilhou sua visão sobre os desdobramentos desse episódio, afirmando que "os áudios e a prisão de Mauro Cid são muito ruins para a investigação que caminhava para seu fim". Essa preocupação se baseia na complexidade jurídica que envolve a colaboração de Cid e os potenciais impactos na condução das investigações em curso.

    Salles ressaltou que, embora haja elementos independentes da colaboração de Cid, as provas por ele produzidas agora estão em xeque. O advogado explicou que, caso a delação seja rescindida por vício de voluntariedade, todas as provas obtidas a partir dos depoimentos de Cid e suas derivações podem ser consideradas nulas.

    No entanto, mesmo que o acordo de colaboração de Cid não seja anulado, Salles alerta para os desafios políticos que permanecerão, especialmente em relação à credibilidade das provas apresentadas. Ele destacou que, politicamente, tais evidências sempre serão questionadas, especialmente pelos apoiadores de Bolsonaro, que podem alegar coação na obtenção das informações. 

    "Uma possibilidade é a repactuação da colaboração. O chamado "recall". Isso aconteceu no caso dos donos da JBS, os irmãos Batista. Esse seria o melhor meio para continuidade das investigações de forma célere", opinou o jurista.

    Por fim, Salles observou a gravidade dos áudios vazados por Cid, que inflamaram a narrativa de perseguição e vitimização de Bolsonaro. Ele apontou que a divulgação de depoimentos que confirmem a voluntariedade de Cid ou que desmintam os áudios seria fundamental para neutralizar essa situação.

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