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Professor da UnB viraliza ao apontar problema de 'cognição' de deputada bolsonarista

Durante a sessão da CPI do MST, o professor Sousa Júnior expressou sua frustração com a dificuldade de debater com a deputada bolsonarista

(Foto: Reprodução)

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247 — Durante uma sessão da CPI do MST, o professor e doutor de Direito da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo de Sousa Júnior, protagonizou um momento que chamou a atenção do público. Ele abordou o desafio de dialogar com bolsonaristas e destacou a importância da cognição na percepção da realidade. Suas palavras, carregadas de reflexões profundas, viralizaram nas redes sociais, gerando debate sobre a polarização política no Brasil e a necessidade de compreensão mútua.

Durante a sessão da CPI do MST, o professor Sousa Júnior expressou sua frustração com a dificuldade de debater com a deputada bolsonarista, argumentando que sua cosmovisão limitava sua capacidade de enxergar além de suas próprias convicções pré-estabelecidas. Usando referências literárias e filosóficas, o professor enfatizou que a cognição desempenha um papel essencial na forma como percebemos o mundo ao nosso redor.

Ao mencionar Octavio Paz e sua obra "O Labirinto da Solidão", o professor Sousa Júnior ressaltou o exemplo de Cristóvão Colombo e os indígenas para ilustrar a limitação cognitiva em representar algo desconhecido. Ele argumentou que nossa capacidade de entender e interpretar o mundo é moldada pela nossa cultura, experiências e conhecimentos acumulados ao longo do tempo. Portanto, cada indivíduo recorta a realidade de acordo com suas próprias limitações cognitivas.

“Em respeito à deputada, porque na verdade ela não me fez pergunta nenhuma, né? Eu só queria dizer assim... Octavio Paz, em ‘O Labirinto da Solidão’, diz que quando (Cristóvão) Colombo chegou, (os indígenas) não viram as caravelas... Elas estavam ali fundeadas, mas não havia cognição para poder representar cerebralmente uma imagem que era absolutamente incompatível com o quadro mental de uma cultura que não tinha elementos para visualizar... Por isso que os gregos diziam que ‘teoria’ significa ‘aquele que vê’, o ‘teores’, é ‘aquele que vê’... A gente só vê o que tem cognição pra ver... Eu não tenho como discutir com a deputada porque a sua visão de mundo, a sua percepção como cosmovisão, só lhe permite enxergar o que a senhora já tem escrito na sua cognição... Então a senhora vai ver não é o que existe, mas é o que a senhora recorta da realidade... A realidade é recortada por um processo de cognitivo de historicização... Então, eu não posso discutir um tema que contrapõe visão de mundo, concepção de mundo, entendeu?”

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