Professor denuncia que 10% da dissertação de mestrado de Decotelli é plágio
Acusado de falsificar doutorado pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, está sendo alvo de denúncias de plágio em seu mestrado de 2008
247 - O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, está sendo acusado de plágio em sua dissertação de mestrado (“Banrisul: do PROES ao IPO com governança corporativa”) defendida em 2008 na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em uma postagem no Twitter, o professor do Insper, Thomas Conti, apontou trechos do trabalho de Decotelli similares ao de um documento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Banrisul.
"Tinha tanta coisa parecida entre esse relatório da CVM e a dissertação que eu desisti de achar as partes iguais na mão e joguei em um software de detecção de plágio. Mais de 10% da dissertação de mestrado é cópia idêntica ao relatório da CVM. 4.200 palavras", aponta Conti.
"Como são muitos trechos idênticos, busquei se ele poderia ter trabalhado na elaboração do relatório que consta na CVM. Mas aparentemente não. Segundo CV do Decotelli, ele foi professor no Banrisul de 2004 a 2005. O registro na CVM é de 13/02/2008 e não há menção a ele", disse.
A denúncia ocorre após, na sexta-feira, 26, o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, ter negado o doutorado do novo ministro pela instituição. O MEC rebateu e afirmou que Decotelli concluiu os créditos necessários para a obtenção do título de doutor em Administração pela universidade.
A assessoria do ministério informou a conclusão, em fevereiro de 2009, de todos os créditos do doutorado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística da Universidade Nacional de Rosário e ainda enviou para a imprensa um certificado assinado por docentes da instituição argentina.
Decotelli diz ter feito doutorado entre 2007 e 2009 e defendido a tese da "Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja". Seu orientador teria sido Antônio de Araújo Freitas Júnior, atual presidente da Câmara de Ensino Superior do CNE (Conselho Nacional de Educação), ligado ao MEC.
O documento, entretanto, não comprova se ele defendeu a tese e se ela foi aprovada.
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