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    Promotor do Gaeco/SP revela como PCC lava dinheiro do crime por meio de igrejas e fintechs

    Estima-se que a facção tenha um rendimento anual na ordem de R$ 5 bilhões

    Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

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    247 - O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa do Brasil, vem diversificando suas estratégias de lavagem de dinheiro para ocultar os lucros provenientes do tráfico internacional de drogas, enfrentando as investidas das autoridades policiais. Estima-se que a facção tenha um rendimento anual na ordem de R$ 5 bilhões, extrapolando fronteiras com suas atividades.

    De acordo com informações obtidas pelo jornal Estado de S. Paulo junto a autoridades policiais, o avanço do tráfico de cocaína gerou uma necessidade crescente para o PCC, assim como para outras organizações criminosas, de aprimorar os métodos de lavagem de dinheiro, visando evitar as estratégias já conhecidas pelos investigadores.

    O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), destaca que o crescimento do tráfico nos últimos anos foi tão expressivo que figuras-chave do PCC, como Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, passaram a conduzir seus próprios negócios no ramo. A exportação de cocaína para a Europa é apontada como uma das principais fontes de receita atualmente.

    Esse aumento na movimentação de drogas gerou uma demanda maior por métodos de lavagem de dinheiro mais complexos. Uma mudança observada é o abandono gradual das antigas "casas-cofre", antes tradicionais nos esquemas de lavagem do PCC. Gakiya explica que anteriormente grandes quantias eram arrecadadas, e parte delas era empregada na compra de imóveis, nos quais eram instalados cofres para armazenamento do dinheiro ilícito.

    Além disso, estratégias como o uso de igrejas para lavagem de dinheiro têm sido identificadas pelas autoridades. O promotor Augusto de Lima, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, menciona investigações sobre o envolvimento de criminosos ligados ao PCC na criação de suas próprias fintechs, bancos digitais que podem ser utilizados para movimentações financeiras ilícitas.

    Essa sofisticação nas táticas de lavagem de dinheiro não se restringe apenas ao PCC. Organizações criminosas menores também adotam métodos cada vez mais complexos, combinando atividades presenciais com esquemas digitais para dificultar a identificação. As autoridades policiais vêm intensificando esforços para desmantelar esses esquemas. Operações recentes como a "Plata" no Rio Grande do Norte e a "Mercado" no Rio Grande do Sul são exemplos de ações que buscam desarticular atividades ilícitas e responsabilizar os envolvidos.

    Diante do desafio crescente apresentado pela sofisticação dos esquemas de lavagem de dinheiro, as autoridades destacam a importância da cooperação entre instituições financeiras, órgãos de controle e segurança pública para o combate eficaz ao crime organizado e à lavagem de dinheiro, visando preservar a integridade do sistema financeiro.

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