PSB irá pedir cassação de deputado que ameaçou Flávio Dino
O deputado Sargento Fahur ameaçou o ministro nesta quinta-feira, 9, em evento na Câmara dos Deputados em defesa da indústria armamentista e do direito do cidadão andar armado
247 — O PSB, partido ao qual o ministro da Justiça, Fávio Dino, é filiado e pelo qual foi eleito senador, divulgou uma nota de repúdio ao discurso do deputado Sargento Fahur (PSD), que ameaçou o ministro nesta quinta-feira, 9, em evento na Câmara dos Deputados em defesa da indústria armamentista e do direito do cidadão andar armado.
O evento foi organizado pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL), Julia Zanatta (PL) e Marcos Polon (PL) e aconteceu na manhã desta quinta no Auditório Nereu Ramos. Em discurso agressivo, Fahur, policial militar aposentado, classifica de “direito sagrado” a posse e o uso de armas de fogo, comparando-o com o direito a ter “uma geladeira” ou “um automóvel”.
O deputado ainda diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer subtrair das pessoas esse direito por vingança e ameaça o ministro Dino. “Flávio Dino, vem buscar minha arma, seu merda!”. “Como eu, que passei minha vida dando tiro e coronhada em bandido, vou andar desarmado?”.
Segundo o PSB, “é inaceitável que, sob a crença de que sairão impunes pelo quesito da imunidade parlamentar, deputados federais sintam-se livres para cometer crimes contra a vida de outras pessoas ou incitar o ódio e saiam impunes”, critica a nota, assinada pelo líder do partido na Câmara, Felipe Carreras (PE). “Flávio Dino é uma figura pública que vem atuando incansavelmente pela pacificação do Brasil, contra a violência e em defesa da democracia. A bancada do PSB na Câmara não vai admitir esse tipo de ameaça e tomará as medidas cabíveis para que o parlamentar responda por seus atos”.
Segundo o Congresso em Foco, Felipe Carreras informou que o PSB entrará com representação contra Fahur no Conselho de Ética e na Corregedoria da Câmara. À reportagem, o deputado Sargento Fahur invocou a “liberdade de expressão” e a “imunidade parlamentar” para justificar o seu discurso. “Tenho a dizer que fiz uso da minha liberdade de expressão e invoco a minha imunidade parlamentar garantida pela Constituição brasileira”, disse. “Durante quatro anos do meu mandato passado, convivi com deputados de esquerda ofendendo de todas as maneiras o presidente Jair Messias Bolsonaro chamando-o de genocida, mesmo não havendo contra ele nenhum processo ou condenação por genocídio”. “Não vi nenhum deles punido e não vi partido nenhum entrar com representação contra eles”, conclui Fahur.
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