Ramagem presta depoimento à PF nesta quarta e acrescenta novos elementos sobre gravação de reunião que blindou Flávio
Ramagem acrescenta novos elementos ao justificar a gravação da reunião que teve como pauta a blindagem de Flávio, se esquivando das acusações de traição
247 - Jair Bolsonaro (PL) segue furioso após saber da gravação feita pelo deputado e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, de uma reunião em que discutiam estratégias para fazer uma devassa na Receita Federal para proteger Flávio Bolsonaro, investigado no esquema de rachadinha. Por isso, o “ex-todo poderoso” da Abin e atual pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, que irá prestar depoimento à PF nesta quarta-feira (17), acrescenta novos elementos à narrativa da gravação, tentando convencer o ex-presidente de que não é um traidor.
Inicialmente, Ramagem apenas disse que a gravação foi usada para proteger Jair Bolsonaro, versão que foi tratada com descrédito pela cúpula bolsonarista e classificada como “inverossímil”.
Agora, Ramagem inclui novos elementos à trama para convencer a cúpula que não tentou prejudicar seu chefe. De acordo com Igor Gadelha, no Metrópoles, ele afirma agora gravou uma reunião com o ex-presidente em 2020 por desconfiar de uma pessoa que participaria do encontro. Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-diretor da Abin disse que a pessoa teria contato com Wilson Witzel, então governador do Rio de Janeiro, e poderia fazer “uma proposta nada republicada” durante a reunião.
“A gravação da reunião de agosto de 2020 não foi clandestina. Houve o aval e o conhecimento do presidente para que ela ocorresse. A gravação foi realizada devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época. Havia a preocupação de que essa pessoa pudesse apresentar uma proposta nada republicana”, disse Ramagem na gravação, sem dar nomes.
Contas à justiça - Ramagem prestará depoimento, nesta quarta-feira (17), na Polícia Federal, no Centro do Rio de Janeiro. O depoimento faz parte da operação Última Milha, deflagrada em 11 de julho, que investiga, desde 2023, o possível uso ilegal de sistemas da Abin para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro.
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