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Relembre algumas falas históricas de Maria da Conceição Tavares

"Ninguém come PIB", disse a economista em uma frase que ficou marcada na história do pensamento econômico nacional. Ela faleceu neste sábado

Maria da Conceição Tavares (Foto: Blog da Boitempo)

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247 - “A economia que não se preocupa com a justiça social é uma economia que condena os povos a isso que está ocorrendo no mundo inteiro, uma brutal concentração de renda e de riqueza, o desemprego e a miséria. (…) Isso é coisa de tecnocrata alucinado, que acha que está tudo ok, e não está nada ok.”

“Primeiro estabilizar, depois crescer e depois distribuir é uma falácia. Não estabiliza, cresce aos solavancos e não distribui. Essa é a história da economia brasileira desde o pós-guerra.”

“De todos os direitos, (o livre pensar) é o que tem sido mais recorrentemente violado.”

As frases são de Maria da Conceição Tavares, portuguesa que chegou ao Brasil em fevereiro de 1954, pouco antes de completar 24 anos. Neste sábado, 8 de junho, o País perdeu ela que foi uma de suas maiores referências no campo da economia.

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Fugindo da ditadura salazarista, grávida (de Laura), Conceição Tavares chegou em um momento conturbado no Brasil. Em agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas se suicidou com um tiro, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então sede do governo. Mas ela presenciou uma era promissora, um “período de afirmação”, como definiu. “É um período alegre, de Bossa Nova, Cinema Novo, o diabo, arte, literatura”, diz Conceição, enquanto se exibem, no documentário Livre Pensar, dirigido por José Mariani, imagens da construção de Brasília. “Acreditei que o Brasil ia ser uma democracia e uma civilização original nos trópicos. E eu realmente acreditei.”

São muitas suas aparições em que se constata a “braveza” de Conceição Tavares no falar. Mas há também cenas em que ela aparece tranquila, feliz. Como na comemoração de seus 80 anos, em 2010, na Casa do Minho, no Rio, em que Conceição dança, inclusive com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que dá depoimento para o filme. No salão, cantam Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso, canção imortalizada na Revolução dos Cravos. Alguém grita “Viva a democracia!”, ela exclama: “Viva 25 de Abril!”, a data histórica de 1974. O filme termina com Conceição em trajes típicos portugueses, novamente dançando. (Com informações da Rede Brasil Atual).

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