Sob o comando de Zambelli e Bolsonaro, Delgatti trabalhou com militares para descredibilizar urnas
De acordo com o hacker, que esteve no Ministério da Defesa em 2022 após se encontrar com Jair Bolsonaro, o documento elaborado pelos militares se baseou em suas "explicações"
247 - Em depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto confirmou que agiu em conluio com os militares para descredibilizar as urnas eletrônicas no relatório de fiscalização do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral de 2022, informa a CartaCapital.
De acordo com o hacker, o documento elaborado pelos militares se baseou em suas "explicações". Apesar de a peça não ter idenfiticado fraudes na votação, o texto ainda seguiu levantando suspeitas acerca da segurança das urnas, alegando que “não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento", entre outros pontos.
Em reportagem da Veja de 18 de novembro do ano passado, já havia sido revelado que, após se encontrar com Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto - em uma reunião articulada pela parlamentar bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) -, Delgatti foi levado na sequência ao Ministério da Defesa "para falar sobre as urnas com os militares, incumbidos de encontrar falhas no sistema". Vale lembrar que, durante o encontro com Bolsonaro, o ex-presidente havia perguntado se o hacker conseguiria invadir as urnas eletrônicas caso tivesse acesso ao código-fonte dos dispositivos.
Tanto Delgatti quanto Zambelli foram alvos de uma operação da PF na manhã de hoje, sendo que ele recebeu um mandado de prisão preventiva enquanto a bolsonarista recebeu mandados de busca e apreensão. A operação se deu devido a uma aliança entre a parlamentar e o hacker em janeiro deste ano para invadir o Banco Nacional de Mandados de Prisão e emitir uma ordem contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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