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    Rui Costa Pimenta: reforma da Previdência dos militares é investimento no aparato de repressão

    Para o presidente do PCO, a “reforma da Previdência” dos militares, chamada de “estruturação de carreira”, é um investimento do governo nos aparatos de repressão - Exército e polícia. Ele também falou dos votos favoráveis de parte da esquerda no projeto anticrime “alternativo” de Moro e das alianças entre esquerda e direita para as eleições. Assista na TV 247

    Rui Costa Pimenta

    247 - O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, conversou com a TV 247 acerca da “reforma da Previdência” dos militares, a única que não impõe idade mínima para a aposentadoria e paga salário integral aos beneficiários. Apesar de serem uma parcela pequena, os militares proporcionalmente custam mais para o sistema previdenciário.

    A “estruturação de carreira”, como é chamada a reforma dos militares”, para Rui, é um investimento do governo nos aparatos de repressão da sociedade. “Esse gasto é um investimento na preservação do aparato de repressão para eventuais situações muito críticas, que os próprios militares já falaram que são possíveis. A reforma da Previdência foi importantíssima para não dividir as Forças Armadas, não desmoralizar, vai ser aplicada à polícia também. Mostra que a situação é crítica porque é muito dinheiro, contrariando muita gente da população que perdeu com a reforma da Previdência, isso tem que ter um motivo”.

    Pacote 'anticrime'

    Rui Costa Pimenta criticou a atuação de uma ala da esquerda que votou favoravelmente ao pacote anticrime “alternativo” do ministro da Justiça, Sérgio Moro, a exemplo do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que afirmou ter votado pela aprovação para evitar que o pacote original, muito mais perverso, fosse aprovado. Ele foi criticado por não ter rejeitado os dois textos, uma vez que, de acordo com os críticos, o projeto paralelo é totalmente prejudicial às camas mais pobres da população e incentiva o aumento da população carcerária.

    Para o presidente do PCO, o ganho da direita em ter algumas das propostas do pacote anticrime de Moro aprovadas é muito maior que o ganho da esquerda em evitar que o texto original do projeto fosse aprovado. “Independentemente de ganhos pontuais, a esquerda nunca poderia aparecer defendendo um aumento da repressão, do encarceramento, aumento de penas e tal porque é muito mais importante, supondo que a afirmação do Freixo seja verdadeira, o valor político efetivo do apoio à repressão no momento em que o Bolsonaro está no governo, que o Witzel está matando milhares de pessoas nas ruas, que o Doria está matando adoidado também. A esquerda deveria se colocar frontalmente contra qualquer tipo de aumento da repressão, isso que era importante. O restante do pacote que passou é uma monstruosidade política. A esquerda não deve votar em políticas que fortalecem a direita”.

    Eleições de 2020

    Ele comentou também a construção de uma frente forte da direita para as eleições municipais de 2020 e a presidencial de 2022. Rui chamou a atenção para os prejuízos da esquerda em se juntar com o setor da direita visando as eleições.

    De acordo com o presidente do PCO, alianças entre esquerda e direita serão, em um primeiro momento, positivas para os dois setores. Porém, a longo prazo, este tipo de união tende a favorecer apenas a direita. “Temos dois problemas: o primeiro vemos na colocação inicial do Lula quando ele saiu da cadeia, em que ele falou que a função do PT é polarizar. No entanto, entendo essa polarização como uma polarização eleitoral, e eu acho que esse é o maior problema da esquerda. Diante do desenvolvimento da extrema-direita, a esquerda procura acumular forças, do ponto de vista institucional, com aliados que são extremamente duvidosos. A esquerda deveria mobilizar a população para enfraquecer o conjunto da direita. O problema eleitoral é um grave problema”.

    “A eleição é uma política de curto prazo. Vamos ter eleição no ano que vem, por exemplo. A preocupação dos partidos é conseguir o voto. Para conseguir o voto, eles apostam em uma política, que no fundo é demagógica, para tentar apelar para uma parte do eleitorado da direita e sacrificam os objetivos de longo prazo. O país está metido neste dilema da esquerda. Ou você ganha as eleições com uma política profundamente errada e de curtíssimo prazo, ou você desenvolve uma política de longo prazo. A política de curto prazo, no longo prazo, fortalece a direita”, concluiu.

    Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista na íntegra:

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