Sérgio Reis admite que errou ao convocar golpe e diz que não é "puxa-saco" de Bolsonaro
Em entrevista ao Congresso em Foco, o cantor bolsonarista relatou estar tendo prejuízos econômicos em razão de seu ato antidemocrático
247 - O cantor e ex-deputado Sérgio Reis disse nesta quarta-feira (18) que errou em ter feito áudio em que pede o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu errei mesmo, errei muito. Não devia ter falado, porque as pessoas pensam... Falei com um amigo. Ele postou num grupinho. Um amigo da onça. É da vida. Estão me ameaçando, pensando que estou com medo. Mas não me escondi. Estou aqui em casa, não agredi ninguém. Arco com minha responsabilidade”, disse Reis em entrevista ao site Congresso em Foco.
Sérgio Reis disse também que não aprova todas as ações de Bolsonaro. “Não sou puxa-saco do Bolsonaro. Conheci ele na Câmara, somos palmeirenses. Não aprovo a forma com que ele fala muita coisa. Mas é o jeito dele. Como vou mudar o jeito de italiano nervoso dele? Tem hora que ele é bronco", afirmou.
O cantor de 81 anos disse que defende a democracia, que "não há necessidade" de uma intervenção militar e relatou estar tendo prejuízos econômicos em razão de seu ato antidemocrático. “Querem me massacrar. Já estou tendo prejuízo. Cancelaram quatro shows e dois comerciais que ia fazer agora. Tiraram do ar um que faço para um supermercado de Curitiba. Vão tirar por um mês do ar e esperar para ver o que acontece”, afirmou.
Relação com Lula
Na entrevista ao Congresso em Foco, Sérgio Reis falou sobre sua relação com o ex-presidente Lula. "Eu gosto do Lula, não tenho nada contra ele, sempre me respeitou, assim como a dona Marisa. Uma vez falei para ele que o Hospital do Amor, de Barretos, referência no combate ao câncer, precisava de uma construção para separar as crianças dos adultos com câncer. Ele pediu ao José Dirceu na hora para repassar R$ 10 milhões para o governo de São Paulo. Está lá o pavilhão Luiz Inácio Lula da Silva no hospital", afirmou.
Sérgio Reis é alvo de representação de 29 subprocuradores-gerais da República por ameaça
O cantor sertanejo bolsonarista Sérgio Reis está sendo alvo de 29 subprocuradores-gerais da República, que entraram com uma representação junto à Procuradoria da República no Distrito Federal contra as declarações do músico falando em parar o país até que o Senado afastasse dos cargos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os subprocuradores, a ameaça pode configurar crime de incitação à subversão da ordem política ou social, além de incitação ao crime.
A representação afirma que Reis participa de um movimento para obstruir rodovias, fechar portos, aeroportos e impedir a livre circulação de pessoas e bens, a fim de pressionar o Congresso a implementar o voto impresso, que já foi derrotado na Câmara dos Deputados.
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