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STJ afasta aliados do governador do Acre, Gladson Cameli, suspeitos de corrupção

Decisão é da ministra Nancy Andrighi, que já havia determinado o afastamento dos servidores de suas funções no Governo do Acre. O grupo é investigado pela PF na Operação Ptolomeu

Gladson Cameli (Foto: Pedro Devani/Secom Acre)

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247 - A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou nesta segunda-feira (10) o afastamento imediato de aliados do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), de cargos comissionados na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado. A ministra do STJ já havia determinado o afastamento desses servidores de suas funções no Governo do Acre. Após perderem os cargos, eles foram nomeados para novas posições, fora da alçada direta do Poder Executivo, com salários de até R$ 23 mil. Essa movimentação chamou a atenção da Polícia Federal, que informou o Superior Tribunal de Justiça. A suspeita é que o governador tenha influenciado essas nomeações. Gladson Cameli nega qualquer interferência nas nomeações, afirmando que “não cabe ao governo acompanhar a carreira de ex-servidores”.

Os servidores afastados são investigados pela Polícia Federal na Operação Ptolomeu, que tem em Gladson Cameli o principal investigado. Segundo o blog do jornalista Fausto Macêdo, do Estado de S. Paulo, entre os atingidos pela decisão do STJ estão: Anderson Abreu de Lima, tio de Gladson Cameli e ex-secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre; Rosângela da Gama Pereira Pequeno, que foi chefe de gabinete do governador e chegou a ser presa na investigação; Carlos Augusto da Silva Negreiros, coronel da Polícia Militar; Glayton Pinheiro Rego, engenheiro civil; Jefferson Luiz Pereira de Oliveira, apontado como “operador financeiro” do governador; João Lima de Souza e Arlindo Garcia de Souza. >>> Governador do Acre vira réu após acusações de envolvimento em esquema de corrupção

Em seu voto, a ministra Nancy Andrighi, relatora da investigação, destacou que a “rápida alocação” dos investigados em novos cargos “corrobora, a priori, a força que a suposta organização criminosa detém no Estado”. “A manutenção dos referidos investigados em cargos públicos comissionados, além de transmitir a mensagem de que é possível burlar a persecução penal por via oblíqua, reforça a capilaridade da apontada organização criminosa”, diz um trecho do voto. Nancy Andrighi alertou que o descumprimento das medidas cautelares decretadas na Operação Ptolomeu pode agravar as restrições e resultar, inclusive, no “afastamento de cargo público eletivo” e na prisão dos investigados.

A Operação Ptolomeu foi deflagrada em 2021 e investiga suspeitas de superfaturamento, propina, uso de empresas fantasmas e movimentações bancárias com altos valores. No inquérito, a PF aponta que o esquema era dividido em núcleos compostos pelo próprio governador Gladson Cameli, a então primeira-dama do Estado, Ana Paula Cameli, servidores públicos que ocupavam cargos de confiança no governo e empreiteiras da família Cameli, que atuam no Acre e também em Manaus. A operação  foi desmembrada em nove inquéritos, abrangendo dezenas de suspeitos e mais de 22 mil páginas de documentos. Gladson Cameli é o principal investigado e já é réu em uma primeira ação aberta a partir das investigações. O governador nega irregularidades e diz ser vítima de perseguição. 

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