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    Tijolaço: contas dos barões da mídia são clandestinas

    "Não lhes faltam espaços para se manifestarem: ou são donos de empresas de comunicação ou dispõem de acesso a elas, além de seus proprios sites, facebooks e contas no Twitter", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço, ao comentar a revelação de que jornalistas e empresários de comunicação mantinham contas numeradas na Suíça; "Até agora, alguém fez isso?", questiona; "Portanto, acaba-se ficando livre para imaginarmos que, na maioria ou em todos os casos, não foram declaradas"

    Tijolaço: contas dos barões da mídia são clandestinas
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    O silêncio dos “inocentes” ou de como pessoas de bem reagiriam à “lista da mídia” no HSBC suíço?

    Por Fernando Brito, do Tijolaço

    Espero há algumas horas, rodando sites e facebooks, para ver se há reação dos empresários e jornalistas apontados na lista de depositantes do HSBC na Suíça.

    Nada, nenhuma manifestação além daquele “não sei, nunca vi” que consta da matéria de O Globo, que procurou todos os citados.

    Não lhes faltam espaços para se manifestarem: ou são donos de empresas de comunicação ou dispõem de acesso a elas, além de seus proprios sites, facebooks e contas no Twitter.

    Bom, damo-lhes a presunção da inocência a que todos têm direito…

    Mas a questão seguinte é inescapável: não parece obvio que  estariam, neste instante, anunciando a interpelação judicial de O Globo e do UOL, onde se veiculou a denúncia para que entregassem os documentos que usaram para apontá-los, se os tem.

    Providência básica para, a seguir, propor uma ação de danos morais contra o jornal.

    Afinal, não se espalham ações contra os blogueiros, com muito menos causa de pedir – até “sacripanta” rendeu condenação do Miguel do Rosário pelo Ali Kamel?

    Afinal, ao meu modestíssimo juízo, ser apontado nos maiores veículos de comunicação como detentor de conta na Suíça causa um abalo moral muito mais grave que um “sacripanta” num blog.

    Mas certamente há a prova da presença nos arquivos do Banco e, saí, duas possibilidades: ou é declarada ou é clandestina.

    Se é declarada, cada um tem o direito de, querendo, exibir sua declaração de bens ao Imposto de Renda e, neste caso, era só pegar o papelório – ou agora o arquivo de computador – e mostrar que a declarou, bem declaradinha, como eu e você declaramos o apartamento modesto ou a conta bancária com nossos caraminguás.

    Até agora, alguém fez isso? Anunciou isso? Algum deles disse que vai fazer isso segunda-feira, embora todos tenham sido avisados, pela equipe de jornalistas que publicou a informação, pois deram respostas?

    Não.

    Portanto, acaba-se ficando livre para imaginarmos que, na maioria ou em todos os casos, não foram declaradas.

    Portanto, clandestinas.

    Os inocentes não costumam ficar tão quietos quando são ofendidos.

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