Treta na extrema direita: Bolsonaro ironiza Ricardo Salles e o chama de "viúvo" e "marçalete"
Bolsonaro critica apoio de seu ex-ministro a Marçal e usa termos como "intergaláctico" e "viúvo" para alfinetar aliados que se afastaram de sua liderança
247 - Em declaração recente, Jair Bolsonaro (PL) não poupou críticas ao ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles, que se afastou de Bolsonaro ao apoiar Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em uma série de declarações irônicas, Bolsonaro afirmou que Salles estaria "viúvo" após ter se tornado "marçalete" – termo que ele usa para se referir a apoiadores de Marçal, informa a Folha de S. Paulo.
Bolsonaro abordou o afastamento de Salles e de outros antigos aliados, usando o termo "intergalácticos" para se referir àqueles que, segundo ele, tentam "se impor como líderes". Bolsonaro sugeriu que a liderança de fato se conquista com apoio popular, e não com discursos isolados ou alinhamento a figuras que, em suas palavras, "não têm base".
"Tem cara que quer se impor como líder. Liderança você não ganha, você conquista", afirmou Bolsonaro. Ele também relembrou a trajetória política de Salles, destacando sua proximidade com figuras como Geraldo Alckmin (quando ainda estava no PSDB) e João Amoêdo, ex-presidente do partido Novo, de onde Salles se desligou e para onde recentemente retornou. "Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin, depois com o Amoêdo, que diz que votou no Lula", ironizou.
A relação entre Bolsonaro e Salles começou a se desgastar quando o ex-ministro, que havia se posicionado como uma figura de destaque no entorno bolsonarista, passou a apoiar Marçal e decidiu deixar o PL para retornar ao Novo. Na ocasião, Salles já havia perdido o respaldo de Bolsonaro, que declarou seu apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura paulistana. Segundo Bolsonaro, Salles foi eleito em 2022 com votos da "órbita de influência" de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Polêmicas nas redes sociais - Um ponto de especial incômodo para Bolsonaro foi um tuíte de Salles após o anúncio da eleição de Donald Trump. Salles afirmou que Trump é "o maior dos intergalácticos" e que "não se curvou, não negociou, não cedeu". Ao comentar o termo "intergalácticos", Bolsonaro destacou que a expressão se refere àqueles que desafiam sua influência e liderança no campo da direita.
Em resposta, Salles tentou atenuar o impacto da publicação, ressaltando seu respeito pelo "legado" de Bolsonaro e dizendo que "opiniões pontualmente diferentes" são normais entre aliados. "Nossa gratidão, reconhecimento e respeito por ele estão acima disso", escreveu o deputado, buscando desfazer a impressão de rivalidade.
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