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    Walfrido Warde: “como a China, estado brasileiro deve coordenar o desenvolvimento”

    Para o presidente do Iree, o aspecto mais importante da relação é o exemplo que a China oferece ao Brasil sobre a coordenação estatal do sistema econômico

    Walfrido Warde (Foto: Reprodução/247)

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    247 - O presidente do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Walfrido Warde, concedeu entrevista à TV 247 durante o seminário Brasil-China: 50 anos de amizade, e avaliou o estado atual das relações estratégicas entre os dois países. Segundo Warde, além do expressivo volume de transações comerciais entre Brasil e China, o aspecto mais importante dessa relação é o exemplo que a China oferece ao Brasil e ao mundo sobre a coordenação estatal dos sistemas econômicos.

    "Nós temos liberais de plantão no Brasil prontos para dizer que o mercado vai resolver tudo, mas isso não aconteceu nos últimos 500 anos senão em momentos em que o Estado agiu para coordenar a atividade econômica", afirmou. Presidente do Iree destacou que a China, desde a era de Deng Xiaoping, tem mostrado um crescimento econômico constante devido à forte intervenção estatal.

    Ao discutir a direção futura das exportações brasileiras para a China, Walfrido  Warde argumentou que o Brasil deve focar em tornar sua economia mais complexa, afastando-se de um modelo agrário-minerário simples. Ele criticou a falta de planejamento econômico e a necessidade de uma política industrial robusta que explore as potencialidades do país. "Nós retrocedemos para trás de 1930 e voltamos a ser uma economia agrário-minerária exportadora", lamentou Walfrido. Ele também abordou a necessidade de proteger a economia brasileira de ataques comerciais externos, mencionando os impactos negativos da operação Lava Jato na indústria de infraestrutura.

    Uma crítica contundente foi direcionada ao atual modelo de apropriação orçamentária pelo Parlamento brasileiro. Walfrido argumentou que a fragmentação do orçamento nacional em emendas individuais e de bancada impede investimentos necessários para o crescimento econômico e a implementação de políticas públicas eficazes. "Precisamos denunciar e pressionar o parlamento para acabar com esse modelo que surgiu em momentos de fragilidade política e foi consolidado ao longo de governos recentes", defendeu.

    Assista à entrevista:

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