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    Marina Silva afirma que Brasil lidera pela ação na COP30 e apresenta metas ambiciosas para o clima

    Ministra destaca avanços na redução do desmatamento e compromissos do Brasil para reduzir emissões de CO2 em 67% até 2035

    Ministra Marina Silva (Foto: Reprodução/Canal Gov)
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    247 - O Brasil pretende demonstrar sua liderança na agenda climática global durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, no Pará. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov nesta quarta-feira (19), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o país buscará liderar a conferência "pelo exemplo", apresentando avanços concretos na redução do desmatamento e metas ambiciosas para a redução de emissões de gases do efeito estufa.

    “O Brasil tem insistido muito desde 2003, quando eu fui ministra pela primeira vez, na decisão de liderar pelo exemplo. Hoje, a gente precisa mais do que falar, fazer”, destacou Marina. A ministra lembrou que, no primeiro governo Lula, foi implementado o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm), que reduziu o desmatamento em 83% e evitou a emissão de 5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Ela criticou a descontinuidade do plano durante o governo Bolsonaro e ressaltou que, com a retomada da política ambiental, os alertas de desmatamento na Amazônia atingiram o menor índice para o mês de fevereiro desde o início da série histórica. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, em fevereiro de 2025, foram desmatados 80,95 km², uma queda de 64,26% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Além da redução na Amazônia, Marina Silva destacou que houve uma queda de 47% no desmatamento do Cerrado em 2023, em comparação com o ano anterior. O governo também lançou planos específicos para frear o desmatamento no Pantanal e na Caatinga e pretende apresentar, até abril, ações para a Mata Atlântica e o Pampa.

    Uma das principais propostas que o Brasil levará à COP30 é a meta de reduzir em 67% as emissões de CO2 até 2035. Segundo Marina Silva, o compromisso envolve todos os setores da economia. “Isso não é apenas um anúncio genérico. Nós temos metas para transporte, energia, indústria, agricultura e desmatamento”, afirmou. A ministra destacou ainda que o governo estruturou uma agenda robusta na área de adaptação às mudanças climáticas, com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras de drenagem e contenção de encostas. Além disso, o Plano Clima, composto por oito programas de mitigação e 16 de adaptação, será apresentado na conferência ao lado do Plano de Transformação Ecológica, liderado pelo Ministério da Fazenda, que já garantiu um aporte de R$ 10 bilhões no Fundo Clima.

    Outro ponto central da estratégia brasileira será a regulamentação do mercado de carbono. A ministra ressaltou a aprovação da legislação pelo Congresso Nacional, destacando que o mercado regulado de carbono representa uma “grande oportunidade” para impulsionar investimentos e reduzir emissões.

    Negociações internacionais

    Marina Silva ressaltou que a COP30 ocorre em um momento crítico, em que a implementação dos compromissos climáticos firmados nos últimos anos se torna urgente. Em 2023, pela primeira vez na história, a temperatura média global superou a meta estabelecida no Acordo de Paris, alcançando 1,6°C acima dos níveis pré-industriais, segundo o observatório europeu Copernicus.

    “Nós já estamos vivendo sob os efeitos da mudança do clima, com eventos extremos no mundo inteiro. Só por conta das ondas de calor, mais de 170 mil pessoas morrem por ano. Se somarmos secas, furacões, tufões e enchentes, o número é avassalador”, alertou a ministra.

    A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris foi apontada como um dos desafios nas negociações. “Eles são de longe os que têm mais dinheiro, mais tecnologia e o segundo maior emissor de CO2. Isso significa que teremos que trabalhar dobrado para atender às nossas obrigações e ao nosso compromisso ético com a vida e o equilíbrio do planeta”, disse Marina Silva. Segundo ela, a ausência dos EUA no acordo pode dificultar a implementação de medidas globais, mas o impacto das mudanças climáticas sobre a população americana poderá reverter essa decisão no futuro.

    Com metas ambiciosas e uma política ambiental fortalecida, o Brasil chega à COP30 com o objetivo de influenciar o debate global e consolidar sua posição como líder no combate às mudanças climáticas.

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