Anvisa mostra documentos e diálogos com fabricantes para sustentar argumentação sobre a Sputnik V
O diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, explicou que o órgão apontou o problema com base nos próprios documentos enviados pelos desenvolvedores e mostrou um vídeo de reunião com representantes do laboratório para mostrar que o tema foi tratado
247 com Sputnik Brasil - Em pronunciamento na tarde desta quinta-feira (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a acusação feita pelos desenvolvedores da vacina Sputnik V de que a agência fez "afirmações falsas" sobre a presença de adenovírus replicantes na vacina.
Segundo o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, a agência reguladora apontou o problema com base nos próprios documentos enviados pelos fabricantes russos. No pronunciamento foi exibido vídeo de uma reunião com representantes do laboratório que mostra que o tema foi tratado com os pesquisadores russos.
O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse em sua fala que os fabricantes da vacina russa não responderam questionamentos da agência sobre a presença de adenovírus replicantes. “As justificativas apresentadas não contemplam as questões que nós colocamos como críticas no vídeo”, disse Mendes. “São questões que envolvem a presença desse vírus, desse adenovírus replicante, e de que forma esse adenovírus replicante pode impactar na nossa saúde e na nossa condição”, completou.
Na última segunda-feira (26), a Anvisa negou um pedido de importação da vacina Sputnik V feito por 14 estados brasileiros, afirmando que um dos adenovírus usados como vetores no imunizante teria conservado sua capacidade de replicação.
A decisão frustrou autoridades de diferentes níveis de governo no país, que já contavam com a chegada do imunizante russo para acelerar suas campanhas de vacinação contra a Covid-19.
Na terça-feira (27), o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) afirmou acreditar que a decisão da Anvisa poderia ter motivações políticas. E, hoje (29), mais cedo, o fabricante da vacina informou que estava "iniciando um processo judicial de difamação" contra a agência reguladora brasileira "por espalhar informações falsas e imprecisas intencionalmente".
Assista ao pronunciamento da Anvisa:
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