Mutação do coronavírus se espalha e 11 países registram casos
Países de quatro continentes (Europa, Ásia, América e Oceania) já identificaram a mutação do coronavírus. Um deles foi o Brasil e, mesmo assim, o governo Bolsonaro insiste em sabotar a vacinação
247 - Enquanto autoridades de várias partes do mundo aceleram a corrida pela vacinação contra a pandemia, pelo menos 11 países já identificaram, até este sábado (26), mutação do coronavírus - Austrália, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Itália, Japão, Suécia e Reino Unido. A lista foi publicada no site Poder360.
A nova cepa do Sars-Cov-2, nomeada como B.1.1.7 ou VUI–202012/01, contém 23 mutações em seu código genético.
A Inglaterra, por exemplo, já decretou novo lockdown no país. Após a medida, outras 52 nações, incluindo o Brasil, restringiram voos vindos do Reino Unido.
De acordo com o governo britânico, a nova variante teria surgido em setembro, em Londres, capital inglesa, ou em na região metropolitana da cidade. Estima-se que 60% dos casos detectados recentemente no país foram causados por essa variante.
No Brasil, a mutação N501Y (da linhagem B.1.1.7) foi detectada em abril, informou o Dr. Julian Tang, professor associado e clínico virologista da Universidade of Leicester.
"Um exame do banco de dados de sequência GISAID SARS-COV-2 global mostra que esta mutação N501Y estava realmente circulando, esporadicamente, muito mais cedo no ano fora do Reino Unido: na Austrália em junho-julho, EUA em julho e no Brasil em abril, 2020", disse.
Atualmente, são 85 milhões de infectados no mundo, 1,7 milhão de mortes provocadas pelo coronavírus. O Brasil ocupa o terceiro lugar em número de casos (7,4 milhões), atrás de Índia (10,1 milhões) e Estados Unidos (19,3 milhões). O governo brasileiro também contabiliza a segunda maior quantidade de mortes (190,5 mil) - a primeira é a dos EUA (339 mil).
A pesquisadora Margareth Dalcomo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertou para a falta de coordenação do governo Jair Bolsonaro no gerenciamento da crise do coronavírus e afirmou que, há seis meses, quando começaram os estudos da fase 3, "era necessário uma coordenação mais harmônica e centralizada do governo federal". A estudiosa previu que, antes de fevereiro, não deve haver imunização contra a Covid-19 no Brasil.
Mesmo com estatísticas alarmantes sobre a doença, Bolsonaro voltou a subestimar os efeitos da pandemia. "Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso", disse ele, que fez um passeio por Brasília (DF), na manhã deste sábado (26).
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