Nicolelis diz que Brasil passará Estados Unidos e será o país com mais mortos por Covid-19 no mundo
'Vamos passar os EUA em mortes por Covid apesar de termos população menor', prevê Miguel Nicolelis. Com isso, Jair Bolsonaro será recordista mundial em mortes
247 – O Brasil caminha para superar os Estados Unidos em número de mortos por covid-19, fazendo com que Jair Bolsonaro consiga um recorde internacional. Será o presidente que mais contribuiu para a morte de seus concidadãos, em todo o mundo. A previsão é do cientista Miguel Nicolelis.
"No dia 15 de junho do ano passado, nós tínhamos cerca de 50 mil mortos, e, nos próximos dias, vamos atingir 500 mil. Então, em 12 meses, tivemos um aumento de dez vezes nas mortes, algo explosivo. Isso basicamente mostra que o Brasil não olhou essa pandemia com a seriedade e a gravidade que ela deveria ter sido encarada. A segunda onda produziu a maior mortalidade da História do Brasil para os meses de março e abril. São os dois meses mais letais da nossa História. Tudo isso porque não fizemos o que países que entenderam um pouco melhor a dinâmica desse vírus fizeram", disse Nicolelis, em entrevista à jornalista Evelin Azevedo, no Globo.
"Estamos em um cenário de uma pandemia novamente fora de controle, ocorrendo no meio de um colapso hospitalar que não foi corrigido, nós nunca saímos desse colapso hospitalar de março e abril, fomos empurrando com a barriga. E nós temos múltiplas variantes novas entrando no país, uma vez que nem as fronteiras nem o espaço aéreo foram controlados. E, no meio de tudo isso, o Brasil joga futebol. A Copa América já tem mais de 50 pessoas infectadas, só as diretamente envolvidas. Não temos a menor ideia de pessoas que trabalham em hotéis e outros serviços, que têm contato com essas delegações. É uma marca terrível sem uma luz no fim do túnel", alerta.
"Já somos, de novo, o país com mais mortes por dia, com aproximadamente 25% das mortes (por Covid) do mundo. A pandemia do coronavírus expôs toda a nossa falta de preparo político para lidar com as catástrofes do século XXI, como questões ambientais e de saúde. Os interesses políticos e econômicos parecem ser superiores ao interesse na vida humana. A expectativa é que, com o inverno, com o relaxamento do isolamento, o não crescimento adequado da aplicação da segunda dose da vacina, a gente possa voltar aos níveis que tivemos em março nas próximas semanas, ou então chegar bem perto disso. É como se o Brasil tivesse desistido de combater a pandemia neste momento.", aponta.
"Vamos passar os EUA e ser o país com o maior número de mortes por Covid no mundo, apesar de termos uma população menor. Só que lá, a campanha de vacinação em massa que está sendo feita desde janeiro deu resultado, eles já conseguiram alcançar cerca de 44% da população com as duas doses, e tiveram uma queda abrupta de 4 mil mortes por dia para 350, reduziram dez vezes, e reduziram mais de vinte vezes o número de casos por dia", aponta. "Daqui a 50 anos, quando a pandemia for contada na História do Brasil, ninguém vai acreditar."
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