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    Nova variante da Covid-19 deixa Brasil cada vez mais isolado do resto do mundo

    A variante do vírus da Covid-19 descoberta no Brasil tem feito vários países banir os viajantes brasileiros. Com casos de portadores da nova cepa no exterior, a lista de fronteiras que se fecham não para de crescer

    (Foto: Divulgação)

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    Da RFI - A nova variante do vírus foi descoberta pela primeira vez em viajantes que desembarcaram do Amazonas no Japão, em 2 de janeiro. Desde então, os governos de vários países estão em alerta, temendo que essa nova cepa entre em seus territórios, trazida por pessoas que passaram pelo território brasileiro.

    Depois do Japão, casos da nova variante foram registrados nos Estados Unidos e na Alemanha. Na segunda-feira (25), o presidente norte-americano Joe Biden anunciou – depois de um quiproquó herdado da administração Trump – que voltaria a impor a proibição a viagens à maioria de cidadãos não americanos que tenham estado Brasil.

    País europeu com maior número de mortos vítimas da Covid-19, o Reino Unido proibiu, já em meados de janeiro, as chegadas do Brasil, mas também de todos os países da América do Sul e do Panamá, além de Portugal.

    Logo em seguida, a Itália anunciou a proibição de voos oriundos do Brasil. “Assinei uma portaria que bloqueia os voos com partida do Brasil e proíbe a entrada na Itália de pessoas que tenham estado naquele país nos últimos 14 dias”, escreveu o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, em um tuite no sábado (16).

    O governo português, que também luta para conter a aceleração da pandemia em seu território, e que teve seus cidadãos banidos de alguns países, decidiu suspender, a partir desta sexta-feira (29), os voos provenientes ou com destino ao Brasil. “Até 14 de fevereiro, todos os voos, comerciais ou privados, de todas as companhias aéreas, estão suspensos”, informou Lisboa em um comunicado.

    Outros países europeus foram menos radicais e preferiram não fechar totalmente suas portas. A Alemanha anunciou uma “redução drástica de seu tráfego aéreo” com o Brasil, mas também com África do Sul, de onde vem outra variante do vírus, além de Portugal, em razão da aceleração do surto no país europeu. "Nós nos concentramos nas zonas de mutação (do vírus) para essa proposta de restrição de viagem", declarou nessa quinta-feira (28) o ministro alemão do Interior, Horst Seehofer.

    Já a Irlanda decidiu que todos os viajantes vindos do Brasil, assim como da África do Sul, devem cumprir uma quarentena obrigatória em locais designados pelo governo.

    O governo francês não proibiu oficialmente a entrada de nenhum cidadão, como fizeram os vizinhos britânicas, por exemplo, mas tornou o acesso ao seu território mais complexo. Os brasileiros residentes na França e que estiverem fora do país podem entrar no território francês, mas têm que apresentar um teste PCR negativo, feito antes do embarque. Eles também têm que respeitar um isolamento de sete dias após o desembarque antes de repetir o teste. Já na Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil no norte do Amapá, os controles fronteiriços foram reforçados

    Vizinhos também fecham as portas

    Os países vizinhos também decidiram tornar mais difícil a entrada de viajantes vindos do Brasil ou que tenham passado pelo território brasileiro. O governo argentino impôs uma redução da frequência de voos vindos de várias regiões, mas com restrições específicas para o Brasil. “As companhias aéreas que operam de e para Estados Unidos, México e Europa deverão alterar suas programações regulares para reduzir em 30% os voos semanais de passageiros desses destinos", explicou a Administração Nacional de Aviação Civil argentina (ANAC). Mas no caso das companhias que operam de e para o Brasil, a redução imposta é de 50% dos voos semanais de passageiros.

    O Peru também proibiu os voos vindo do Brasil, após ter prolongado a suspensão das rotas provenientes da Europa até 14 de fevereiro.

    Com mais de 220 mil mortos vítimas da Covid-19, o Brasil é o segundo país com mais óbitos provocados pela pandemia no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

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